Após várias cobranças e sem solução por parte da Secretaria Municipal de Educação (Semed), professores voltaram a denunciar nesta terça-feira, 9, a falta de pagamento das cargas dobradas dos educadores. Há pelo menos três meses eles vêm denunciando o atraso de pagamentos e, relatam, ainda, o acumulo de função durante os trabalhos desenvolvidos no período de pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Sem se identificar por medo de represálias, professores procuraram o Portal O Poder e afirmaram que os pagamentos continuam atrasados por mais de três meses, mesmo com a afirmativa por parte da Semed e da secretária da pasta, Kátia Helena Serafina Cruz Schweickardt, de que os compromissos seriam honrados.
“Não nos dão nenhuma data de quando iremos receber, estamos trabalhando normalmente em home office atendendo pais e alunos. Além, das atividades pedagógicas, ainda temos que atender os pais dos alunos que nos procuram muitas vezes fora do nosso horário de trabalho, exigindo respostas sobre o Kit e o auxílio de R$ 50 que a prefeitura está disponibilizando para os alunos. Estamos tendo que nos reinventar, uma vez que usamos nosso celular pessoal para realizar o atendimento deles”, disse um dos professores.
Outro professor disse que toda essa situação faz com que os educadores acumulem funções mesmo sem receber pelo trabalho. “A última palavra que a folha de pagamento nos deu é que devido a pandemia, a arrecadação da prefeitura está baixa e, por isso, não consegue nos pagar mensalmente. Mas, não é o que vemos o prefeito anunciar nas redes sociais, que está realizando várias obras e ainda anunciou a obra do novo T6”, relatou outro professor.
Conforme os educadores, a data-base dos profissionais venceu em maio e não sabem como ficará essa situação. “Os alunos especiais estão sem atendimento de mediadores, pois, esses trabalhadores foram dispensados e os professores regentes acabam acumulando mais essa função. O dinheiro do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) é destinado para o pagamento dos professores. Então, dinheiro tem e nós queremos o que é nosso por direito”, ressaltou outro professor, que preferiu não se identificar.
Sem resposta
O Poder entrou em contato com a Semed para buscar informações sobre o cronograma de pagamento das cargas dobradas dos professores, mas, até a publicação da matéria não obteve resposta.
Henderson Martins, para O Poder
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