Professores lotados na Secretaria Municipal de Educação (Semed), dizem que se sentem ‘lesados’ pela pasta de educação que já adiou, ao menos, quatro vezes a data de pagamento das cargas dobradas dos educadores. Eles denunciaram ao O Poder nesta quarta-feira, 8, os atrasos nos pagamentos dos benefícios aos trabalhadores.
Conforme as denúncias feitas por professores que preferiram não se identificar por medo de represálias, a Semed havia informado que faria os pagamentos no dia 30 de junho, mas, sem apresentar qualquer justificativa, voltou a mudar a data para o dia 3 de julho, seguido por duas mudanças na sequência, para o dia 10 e por fim, para o dia 20 de julho.
Por meio de um decreto municipal, o prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), anunciou no dia 16 de março, a antecipação do recesso escolar (17 até o dia 31 de março) e estabeleceu home office para idosos. Devido ao aumento dos casos do novo coronavírus (Covid-19), a prefeitura estabeleceu que as aulas seguiriam de forma online.
De acordo com os educadores, mesmo as atividades sendo em home office, os trabalhos ficaram mais intensos e, muitas das vezes, com sobrecarga por grande parte dos professores, que passaram a atender alunos e pais de estudantes até mesmo fora do horário de expediente.
Dificuldades financeiras
Outros professores que também pediram o sigilo da fonte, informaram que estão passando por dificuldades financeiras. “Temos que escolher entre pagar contas atrasadas, ou comprar o que comer durante o mês. A nossa situação financeira está virando uma bola de neve, e não sabemos como resolver”, lamentou uma professora.
Semed explica
Em nota a Secretaria Municipal de Educação informou que pagou mais de 1,9 mil cargas dobradas, ficando pendente o pagamento de 120 cargas, que não foram publicadas no Diário Oficial do Município (DOM) devido algumas pendências de informações no Sistema Integrado de Gestão do Amazonas (Sigeam). O pagamento dessas cargas, reforça a secretaria, será efetuado em uma folha especial, no dia 20 de julho.
A Prefeitura de Manaus reiterou que, apesar dos reflexos econômicos da pandemia do novo coronavírus e que impactaram em forte queda na arrecadação municipal, segue honrando com os salários dos mais de 15 mil servidores da Semed-Manaus, como “sempre foi prioridade da atual gestão ao longo dos últimos sete anos, inclusive com antecipação de 13° e ações de valorização ao educador.”
Henderson Martins, para O Poder
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