A Moderna anunciou que pedirá nesta segunda-feira, 30, autorização para uso emergencial de sua vacina contra Covid-19 nos Estados Unidos e na Europa, com base em resultados completos de estudos em estágio avançado que mostraram que a vacina tem eficácia de 94,1%.
A empresa também relatou que o imunizante teve 100% de sucesso na prevenção de casos graves da doença.
“Acreditamos que temos uma vacina que é altamente eficaz. Agora temos os dados para provar isso”, disse o chefe médico da Moderna, Tal Zaks, em entrevista por telefone. “Esperamos desempenhar um papel importante na virada sobre esta pandemia.”
O anúncio da Moderna vem depois de notícias da Pfizer e de sua parceria alemã BioNTech de que a candidata a vacina de ambas tem 95% de eficácia. A Pfizer pediu autorização para uso emergencial nos EUA e está cerca de uma semana à frente da Moderna.
Além do pedido nos EUA, a Moderna disse que também solicitará aprovação condicional na Agência Europeia de Medicamentos, que já iniciou uma análise contínua dos dados.
O resultado de eficácia mais recente da Moderna é ligeiramente inferior a uma análise provisória divulgada em 16 de novembro que apontou uma eficiência de 94,5%, uma diferença que Zaks disse não ser estatisticamente considerável.
Tanto a vacina da Moderna quanto a da Pfizer se mostraram mais eficientes do que o esperado e muito acima do padrão de 50% estabelecido pela Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA).
Pouco depois de obter uma autorização para uso emergencial, a Moderna acredita que a vacina será enviada a pontos de distribuição designados ao redor dos EUA pelo programa governamental Operação Warp Speed e pela McKesson Corp, uma distribuidora de remédios contratada pelo governo norte-americano.
A Moderna disse que a eficácia da vacina se manteve constante independentemente de idade, raça, etnia e gênero. Os 196 casos incluíram 33 adultos de mais de 65 anos e 42 voluntários de grupos racialmente diversificados, sendo 29 latinos, seis negros, quatro asiático-norte-americanos e três participantes multirraciais.
Zaks disse que a vacina foi desenvolvida durante um período de “acrimônia política” e que ter uma vacina altamente eficiente pode ajudar muito para dissipar parte desta desconfiança.”Isto é tão preto e branco quanto um efeito na população será. Suas chances de ficar doentes se tiver sido vacinado diminuem vinte vezes”, explicou.
Conteúdo: Reuters
Foto: JUSTIN TALLIS / AFP