Desde o início da vacinação as mortes em decorrência do novo coronavírus caíram drasticamente. Desde o final de janeiro, as mortes semanais por covid-19 caíram 90%. Até ao momento, Espanha contabiliza 20 milhões de doses administradas contra a Covid-19, sendo que dessas, apenas 6,5% (ou 13% da população) está totalmente imunizada.
Mesmo com o elevado número de diagnosticados, cerca de 173 casos por cada 100 mil habitantes, as restrições e a vacinação permitiram baixar o número de mortes por Covid-19. A informação é do jornal ‘EL PAÍS’, nesta quinta-feira, 13.
“Os casos que a terceira onda tinham gerado foram vistos em janeiro e fevereiro, e isso não havia mais como parar, porque esses contágios já haviam ocorrido. Só quando começamos a vacinar e passa o tempo para gerar imunidade que os contágios e os casos caem fortemente”, observa Daniel López-Acuña, ex-diretor de Emergências da Organização Mundial da Saúde.
Até o momento, o país europeu administrou 20,6 milhões de doses; 30% da população recebeu ao menos uma injeção, e 13,7% (6,5 milhões de pessoas) completaram a pauta. Os especialistas consultados pelo jornal afirmam que a imunização junto com as restrições de circulação estão sendo cruciais para reduzir a mortalidade.
“Nas residências geriátricas, a partir de fevereiro o que vemos claramente é o efeito das vacinas. No resto da população é mais lento e vemos os dois fatores misturados: restrições e vacinas. Mas, à medida que a vacinação avança, há cada vez menos gente idosa que sofre a doença grave. Nesta pandemia, 95% dos mortos têm mais de 60 anos. Se os protegermos e nos liberarmos disto, o cenário muda completamente”, afirma Salvador Peiró, epidemiologista da Fundação para o Fomento da Pesquisa Sanitária e Biomédica (Fisabio) da Comunidade Valenciana (leste).
Segundo o relatório de dados do Ministério da Saúde, nos últimos sete dias 261 pessoas morreram de covid-19 na Espanha. Isto representa uma média de 37 por dia, mas estas cifras, embora mais imediatas, não são definitivas, porque pode haver atrasos de notificação que desvirtuem o cômputo real. Na verdade, apenas os dados reunidos pelo Instituto de Saúde Carlos III através da Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica, com um ligeiro atraso na atualização, incluem informações mais consolidadas e confiáveis. Segundo seu último boletim, entre 26 de abril e 2 de maio ocorreram 366 mortes, ou 52 por dia. A tendência, em todo caso, é descendente, mas falta bastante para chegar a zero.
Conteúdo: EL PAÍS
Foto: PEDRO ARMESTRE