Informações de bastidores apontam que Bi Garcia (DEM), prefeito de Parintins, a 372 quilômetros da capital, entrou na corrida pela presidência da Associação Amazonense dos Municípios (AAM). O objetivo é ganhar força em uma possível disputa pelo cargo de vice-governador do Amazonas nas eleições do próximo ano.
Bi Garcia estaria reunindo com os demais prefeitos e buscando um artifício jurídico para tentar nova eleição para o comando da Associação. No comando da AAM, o atual prefeito da ilha tupinambarana conseguiria articular com os prefeitos e ganhar “fôlego” para uma eventual disputa na vaga de vice do governador do Amazonas.
O “sonho” de Bi Garcia, segundo fontes próximas ao gestor, seria compor chapa com o senador Eduardo Braga (MDB). Procurada, a assessoria do gestor negou a informação de que ele estaria na disputa pela presidência da associação.
Disputa
O comando da AAM vem sendo disputado desde a saída de Júnior Leite (PSC), atual prefeito de Maués, em junho de 2020. O gestor deixou o comando da associação para disputar reeleição para a prefeitura da terra do guaraná.
Procurando ocupar o cargo, alguns prefeitos se uniram na sede da Associação em dezembro do ano passado e decidiram destituir o diretor-executivo, Luiz Antônio Cruz, que foi designado para comandar a AMM até a posse do novo Conselheiro Diretor, e conduziram o prefeito de Manaquiri, Jair Souto (MDB), à presidência da entidade.
Porém, a reunião foi anulada pelo juiz plantonista do Tribunal de Justiça, Manuel Amaro de Lima, que julgou como ilegal a realização de uma assembleia extraordinária, mantendo assim o diretor executivo atual, Luiz Antônio Cruz, respondendo pela administração da AAM até a posse regular do novo conselho diretor. Entretanto, uma nova decisão permitiu que Jair Souto comandasse a AAM.
Desentendimento
À época, houve um desentendimento entre o prefeito de Rio Preto da Eva, Anderson Sousa (PP), que alegou falta de quórum na reunião que elegeu Jair Souto para o comando da associação.
“A grande questão é que, dos 16 prefeitos que participaram e deliberam na assembleia extraordinária, oito não se reelegeram, ou seja, tudo foi definido sem quórum, com a minoria simples. Sem contar que Jair Souto foi eleito mas não diplomado. Eles fizeram uma mudança com minoria simples, que nem ao menos tem direito ao voto. Lembrando que ex-prefeitos só podem concorrer para presidência da associação e não têm direito a voto nem podem ocupar cargos de diretoria, conselho fiscal ou tesoureiro”, disse Anderson Sousa, prefeito de Rio Preto da Eva, que chegou a ameaçar deixar a associação caso as coisas não se resolvessem.
Em resposta, o prefeito Jair Souto afirmou que Anderson Sousa estava equivocado. “O maior crime que possa estar acontecendo é uma pessoa ilegítima, de forma monocrática, decidir pelos 62 municípios. É vergonhoso isso, temos que ter maturidade para enfrentar as dificuldades”, afirmou Jair.
Eleições
De acordo com o estatuto da AAM, as eleições para representatividade da associação estavam previstas para o mês de março. À época, O Poder realizou uma apuração para saber os nomes mais cotados ao cargo e os apontados como favoritos eram Jair Souto, Bi Garcia (DEM) de Parintins, Sabugo (PT) de Urucurituba, Natan Macena (Republicanos) do Careiro Castanho, e Saul (MDB), prefeito de Tabatinga.
Sem resposta
A reportagem do Portal O Poder tentou contato com a assessoria da AAM, para saber detalhes sobre o processo das eleições para presidência da associação, mas não recebeu resposta oficial.
Yasmim Araújo, para O Poder
Foto: Reprodução Redes Sociais