Com as novas edições dos decretos presidenciais que ameaçam a competitividade da Zona Franca de Manaus (ZFM) e as Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs) no Supremo Tribunal Federal (STF) para barrar os efeitos dos documentos, os vereadores bolsonaristas da Câmara Municipal de Manaus (CMM) começam a mostrar sinais de arrependimento de seu voto. Mas o posicionamento de não tomar um lado na questão política foi reforçado com a manutenção do apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
O vereador Caio André (PSC) foi o primeiro orador desta terça-feira, 3, e se posicionou contra os ataques à ZFM. O parlamentar ressaltou que toda a sociedade civil, os empresários e a classe política devem se unir para manter o modelo econômico.
“Precisamos nos unir em único sentimento que é o de preservação deste modelo econômico. Digo isso porque fui eleitor do presidente Bolsonaro, ainda apoio o presidente, tenho muitas afinidades políticas em relação a ele. No entanto, o movimento do governo federal em relação ao Amazonas prejudica a nossa economia e o futuro do Estado”, discursou o parlamentar.
O tema ZFM motivou os vereadores a falarem sobre os decretos presidenciais e ameaças ao Polo Industrial de Manaus (PIM). A maior parte dos parlamentares são cristãos, de direita e votaram no presidente Jair Bolsonaro (PL) nas últimas eleições.
“Acredito que, em relação ao Estado do Amazonas, é necessário sensibilidade, atenção e discurso com menos paixão para que possamos trazer um debate ponderado sobre o impacto do último decreto. Ao se ver, falta mais empatia do Ministério da Economia. Ninguém aqui é contra a redução de imposto, mas esperamos que essas ações não tirem as vantagens da ZFM”, disse Peixoto (Pros), que reafirmou seu posicionamento bolsonarista.
Já Mitoso (PTB) preferiu culpar os antigos governantes do país e do Amazonas ao invés de culpar Bolsonaro e sua equipe técnica. “Qual foi o legado que esses governos deixaram para nós, amazônidas? Zero. Eles não tiveram a capacidade de gestão de um Estado rico como o nosso. Sou bolsonarista e defendo minha cidade, mas os governos que passaram não tiveram capacidade de gestar outros modelos para não sermos reféns da ZFM”, criticou o vereador que ressaltou que a ZFM tem prazo de validade.
“Nós temos tanto potencial no Amazonas, mas é preciso que se amplie o modelo. Falamos que a ZFM é a melhor do mundo. Os números apresentados pelo IBGE só melhoram com o desenvolvimento. Nossos números já são críticos, mas se retirarem o modelo, eles pioram ainda mais”, comentou Eduardo Alfaia (PMN) que mesmo com sua fala, reforçou seu apoio ao presidente.
Kennedy Marques (PMN) categorizou o decreto como um erro técnico do Governo Federal. Já Rodrigo Guedes (Republicanos), Allan Campelo (PSC) e Sassá da Construção Civil (PT) teceram críticas ao presidente Bolsonaro pelos decretos feitos.
Priscila Rosas, para O Poder
Foto: Robervaldo Rocha/CMM