maio 16, 2024 10:03

Ao sair do PSDB, Arthur Neto define partido como ‘decadente’

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O ex-prefeito de Manaus, Arthur Neto, não é mais presidente do PSDB no Amazonas, onde estava há mais de 30 anos. O anúncio foi feito por meio das redes sociais, na noite dessa quinta-feira, 17, e o político não economizou nas críticas à atual administração do ninho tucano, que passa a ter Plínio Valério na presidência no Estado provisoriamente.

“Muito bem, prezado presidente Bruno. Agradeço seu gesto. Essencial para entender a índole daqueles que hoje dirigem um partido decadente, que já foi o mais respeitado no país, com reflexos mais que positivos no exterior. Mas volto a agradecer sua atitude, para mim uma alforria, uma libertação. O futuro a Deus pertence. E como bem dizia o poeta Ronaldo Cunha Lima, ‘em política, ninguém mata, ninguém morre'”, diz Arthur.

Ainda de acordo com a declaração, Arthur foi retirado do cargo de presidente do PSDB no Amazonas por uma decisão do presidente nacional, Bruno Araújo. Agora, o senador Plínio Valério passa a ser o presidente provisório do ninho tucano no Amazonas, com nomeação feita por meio de resolução assinada por Bruno Araújo.

Vale lembrar que Arthur foi derrotado nas eleições deste ano. O político disputou uma vaga para o senado e amargou o terceiro lugar.

Confira a declaração de Arthur Neto:

Presidente Bruno Araújo,
Fiquei feliz e aliviado quando soube, pelo meu filho e só por ele, da decisão do PSDB de entregar o comando regional do Amazonas a um grupo de pessoas às quais desejo felicidades, êxitos, distância da corrupção e independência em relação a certos partidos e certos políticos.
Fico feliz, porque me machucava bastante o coração ver aquele que já foi o melhor – e de mais significativo legado – partido da história republicana brasileira se descaracterizar e se ir transformando numa agremiação parecida com tantas outras, filhas da mesmice, da irrelevância e da mediocridade.
Minha lealdade e senso de responsabilidade me impediram, durante um bom tempo, de abandonar o partido que, incontestável e efetivamente, ajudei a construir.
Obrigado, portanto, por me propiciar a oportunidade de sair, de cabeça erguida e aliviado da carga que já não me agradava carregar.
Fiz parte da 1ª Executiva Provisória do MDB, no Rio de Janeiro, por indicação da liderança estudantil, para confrontar o adesista governador Chagas Freitas e não permitir que o partido de oposição à ditadura fosse dominado pelos que tinham apego mórbido a cargos e vantagens públicos.
Daí em diante foi uma sequência de missões que, inapelavelmente, me levavam a lutar com muita força pelo restabelecimento do regime democrático.
Conquistada a democracia, muitas lutas passaram a ser motivo de vida para meu cérebro e meu coração.
Fui deputado federal e senador por 20 anos, duas vezes líder congressual do presidente-estadista Fernando Henrique Cardoso, que me conferiu a honra de poder colaborar com o Brasil na condição de Ministro-Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República. Como senador, liderei a brilhante, influente e numerosa bancada de senadores tucanos, atuando na trilha de uma oposição dura e sensata ao presidente Lula da Silva. Capitaneamos a derrubada do imposto injusto, que cobrava a mesma alíquota de ricos e pobres: a prejudicial CPMF. E mostramos ao presidente reeleito que, com aquela bancada respeitável a vigiá-lo, ele jamais conseguiria o que era, na verdade, o “venezuelano” terceiro mandato.
Muito bem, prezado presidente Bruno. Agradeço seu gesto. Essencial para entender a índole daqueles que hoje dirigem um partido decadente, que já foi o mais respeitado no país, com reflexos mais que positivos no exterior. Mas volto a agradecer sua atitude, para mim uma alforria, uma libertação. O futuro a Deus pertence. E como bem dizia o poeta Ronaldo Cunha Lima, “em política, ninguém mata, ninguém morre”.
Há futuro pela frente e, para mim, nem posso dizer se, um dia, me filiarei a algum outro partido.
Meu coração diz que não; vamos ver a mensagem do cérebro.
Comunico—lhe, enfim, minha desfiliação do partido que recebeu quase 35 anos da modesta contribuição que eu e minhas limitações lhe poderiam emprestar.

 

 

Da Redação O Poder

Foto: Divulgação

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