Faltando 35 dias para as eleições presidenciais dos Estados Unidos, Donald Trump e Joe Biden discutiram acaloradamente nesta terça-feira,29, em seu primeiro debate.
Houve muitas interrupções e acusações.
Falando muito, Trump quase não deu espaço para o adversário, interrompendo inclusive o moderador e tornando difícil a distribuição do tempo.
O presidente foi o primeiro a ser questionado, tendo que responder por que indicou Amy Coney Barrett para a Suprema Corte a pouco mais de um mês para a eleição presidencial.
“Não fui eleito para três anos, fui eleito para quatro”, justificou Trump, embora em 2016 seu próprio partido tenha barrado uma indicação de um juiz feita em março por Barack Obama – sob a alegação de que ela não poderia ser feita em ano de eleição presidencial.
Biden afirmou que a nomeação não deveria ser feita neste momento porque a eleição já está em andamento, uma vez que a votação por correio já foi iniciada em alguns estados.
Saúde:
Com mais de 7 milhões de casos e 200 mil mortes, os Estados Unidos são o país com o maior número de infecções e óbitos por Covid-19 em todo o mundo.
A conversa então foi direcionada para a área de saúde e a promessa de Trump de encerrar o Obamacare, lei que estabelece uma ampliação do acesso ao serviço de saúde, mas que é contestada pelos republicanos.
Biden disse que Barrett acredita que o Obamacare “não é constitucional”.
Segundo o democrata, colocar a juíza na Suprema Corte é a forma de Trump entregar sua promessa de campanha.
Foi então que Trump acusou o candidato democrata de ser aliado da esquerda radical, uma estratégia antecipada por sua equipe.
“Seu partido quer adotar a medicina socialista”, acusou, sendo rebatido pelo adversário.
A troca de farpas aumentou quando o o coronavírus foi discutido, com Trump insistindo que a imprensa quer prejudicá-lo com uma imagem negativa, embora até mesmo governadores democratas elogiem suas iniciativas no combate à pandemia.
Biden chegou a rir da afirmação.
Lei e Ordem
Ao falar sobre os protestos ao redor do país e violência, Trump voltou a associar Biden à esquerda radical, dizendo que o democrata não afirmaria ser a favor da lei e da ordem, porque isso o faria perder os votos dessa ala de eleitores.
Ele também o acusou de querer tirar fundos da polícia, o que foi negado. O presidente também reafirmou que cidades governadas por democratas são mais violentas
“A violência em resposta nunca é apropriada. Nunca é apropriada. O protesto pacífico é. A violência nunca é apropriada”, afirmou Biden, que negou categoricamente que pretenda retirar financiamento de forças policiais.
Brasil e florestas
Biden citou o Brasil: “As florestas tropicais no Brasil estão sendo destruídas”, disse.
Ele acusou Trump de não usar sua influência para ajudar a defender a natureza e prometeu que, caso seja eleito, tentará reunir outros países para agir nesse sentido, inclusive ameaçando o Brasil economicamente.
“O Brasil, a floresta tropical do Brasil, está sendo demolida, está sendo destruída, mais carbono é absorvido naquela floresta tropical do que cada pedacinho de carbono que é emitido nos Estados Unidos…”, disse.
Conteúdo: G1
Foto: Reprodução
Vídeo: CNN Brasil