Os papéis da Hapvida registravam forte queda nesta quarta-feira, 1º, com direito a entrada em leilões automáticos na B3 por excesso de oscilação, após a empresa reportar seu balanço trimestral do quarto trimestre de 2023. Às 11h15, as ações ordinárias da operadora de saúde tombavam 21,38%, cotadas a R$ 3,53, e estavam em leilão.
A Hapvida registrou prejuízo líquido consolidado de R$ 316,7 milhões no quarto trimestre de 2022, revertendo o lucro de R$ 200,2 milhões reportado no mesmo período de 2021. A rede é uma das maiores no Amazonas e, a estilo da rede Americanas, pode deixar fornecedores e clientes preocupados. Em 2020, a companhia registrou mais de 390 mil clientes entre saúde e odontologia e tem crescido desde então. Recentemente, a Defensoria Pública do Amazonas (DPE), através do Núcleo de Defesa do Consumidor (Nudecon), abriu uma investigação sobre irregularidades cometidas pela empresa no atendimento a crianças autistas. A Defensoria também está cobrando ressarcimento das despesas médicas.
“Acredito que a queda é exagerada, mas o resultado foi bem ruim, apesar de a empresa estar performando melhor que seus pares setoriais. O segmento de operadoras de saúde está muito mal”, diz um analista ao PRO.
Os analistas Leandro Bastos e Renan Prata, do Citi, escrevem que a maior sinistralidade, juntamente com maiores custos de vendas e menor diluição de despesas fixas, causou deterioração na margem Ebitda, afetando o resultado. Maiores despesas financeiras, combinado com dinâmica de capital de giro pior que o esperado, gerou uma queima de R$ 525 milhões em caixa, reduzindo a visibilidade dos resultados futuros da companhia.
A empresa iniciou sua teleconferência de resultados às 11h.
Da Redação com informações do Valor
Ilustração: Neto Ribeiro/Portal O Poder