julho 26, 2024 23:18

Covid-19: Dez mil funcionários da indústria do Amazonas são mandados para casa

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Cerca de 10 mil funcionários de oito empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) foram mandados para casa por conta do avanço do coronavírus (Covid-19), no Amazonas. Até o próximo final de semana, o número de empregados do distrito que devem ficar em casa pode saltar para 40 mil.

A primeira empresa a parar as atividades em Manaus foi a Samsung, que resolveu mandar seus mais de 5 mil funcionários para casa nesta segunda-feira, 23. A medida buscar evitar a proliferação do coronavírus no chão fabril.

Seis empresas do setor relojoeiro, que empregam entre 1,5 mil a 2 mil funcionários em Manaus, também optaram por mandar seus empregados para casa. A medida segue o posicionamento que vem sendo adotado e discutido por diversas empresas instaladas no PIM.

Com mais de 3 mil funcionários, a empresa Transire Eletrônicos resolveu, também, deixar seus trabalhadores em casa. A empresa tem 2,4 mil funcionários que atuam no chão fabril e 600 que desenvolvem atividades no laboratório da empresa.

Suspensão temporária

De acordo com o presidente em exercício da Federação das Indústrias no Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, as empresas suspenderam suas atividades por poucos dias, com o objetivo de analisar como se acomoda as ações de combate ao Covid-19. O representante das indústrias informou que as empresas vêm discutido amplamente as medidas que devem ser adotadas neste momento de pandemia.

“O setor de relojoeiro parou suas atividades, até para seguir as orientações de segurança e contaminação. Também trago informações oficiais que a Transire suspendeu as atividades. Se fala entre 1,5 mil empregos no setor relojoeiro e 3 mil na Transire, mas, também temos que levar em consideração os empregos indiretos, os fornecedores e prestadores de serviços, que em uma hora dessas, sofrem os efeitos”, explicou o representante das indústrias.

Nelson Azevedo disse que a Transire, antes de suspender suas atividades, entrou em contato com todos os clientes e adiantou a produção. “As empresas estão em reunião permanente, seguindo as orientações oficiais tanto do Ministério da Saúde (MS), quanto da parte da secretaria de saúde do estado e a Agência de Vigilância Sanitária (Ansiva)”, ressaltou Azevedo.

Segundo o dirigente, a partir do Decreto do Governo do Estado, de calamidade pública, determinando o funcionamento apenas de setores essenciais, leva ao cenário em que tudo deverá ficar parado. “Se não tem consumo, o comércio na vende e não tem pedidos para as empresas, que terão que chegar a um ponto de tomar alguma medida”, disse.

Prevenção

Nelson Azevedo informou que as empresas vêm atendendo as recomendações da Anvisa, do que pode e o que não pode fazer nesse período de pandemia. “Não existe nenhuma proibição, apenas acompanhamento do que está sendo determinando pelo Ministério da Saúde”, destacou Azevedo.

Planejamento

Ele acrescentou que todas empresas estão estudando e em planejamento, se precisar utilizar a conduta de paralisação das atividades, já estão preparados e funcionários estão conscientes das decisões.

“Todo ano o distrito concede férias coletivas para os funcionários, essa é uma modalidade que pode acontecer. A princípio, não existe nada que vem ao encontro da subtração de salários de funcionários”, ressaltou o representante das indústrias no Amazonas.

Licença

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal), Valdemir Santana, explicou que a Samsung entrou com uma licença de sete dias para verificar como a empresa vai funcionar dentro das regras da vigilância sanitária. “A Samsung está paralisada desde ontem e está negociando para voltar as atividades na segunda-feira, mas, também está negociando para entrar com férias coletivas”, informou o sindicalista.

Santana ressaltou que várias empresas já estão se organizando no processo de liberação, de férias coletivas e compensação de horas. “Essa semana deve parar a Honda, Yamaha e diversas empresas, chegando a mandar para casa entre 30 a 40 mil empregados do distrito”, ressaltou o presidente dos metalúrgicos.

Impacto

O Polo de Duas Rodas já sente o impacto na produção industrial. Dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) mostram uma queda na produção já no mês de fevereiro, em um comparativo de 2019 para 2020.

Um exemplo é a produção da Yamaha, que em fevereiro de 2019, registrou 101.305 motocicletas fabricadas e, no mês deste ano, caiu para 94.442 unidades produzidas.

A empresa Honda também registrou queda no mesmo comparativo do ano, fevereiro de 2019 e 2020.  Em 2019 a empresa teve uma produção de 85.488, já em 2020 a produção ficou em 73.830.

 

Henderson Martins, para O Poder

Foto: Divulgação

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