março 28, 2024 09:48

Dan Câmara quer ‘Selva!’ como patrimônio cultural no Amazonas

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O deputado estadual Comandante Dan (PSC) possui experiência nas mais diversas atividades da Segurança Pública. Ele foi cofundador da Força Nacional de Segurança Pública, coordenou as operações de segurança do Pan-Americano e Para pan-americano; Operação Mundial de Judô, nos anos de 2006 e 2007 no Rio de Janeiro, foi Comandante Geral da Policia Militar do Amazonas, fundou e coordenou o Centro Integrado de Comando e Controle Estadual (CICC), atuou na Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP/MESP), foi Secretário Extraordinário do Governo do Amazonas para assuntos de Segurança Pública, Secretário Executivo Adjunto de Planejamento e Gestão Integrada de Segurança (SEAGI/SSP-AM).

Todo esse leque de experiência poderia o gabaritar para a propositura de leis voltadas à área da Segurança Pública, resultando em melhores condições para o dia a dia do cidadão comum. No entanto, ele estreia no parlamento propondo leis totalmente dispensáveis à sociedade.

O parlamentar quer tornar o Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado do Amazonas o brado ‘Selva‘ e, ainda, a saudação ‘A paz do Senhor Jesus‘.

Para justificar a proposta feita para o brado, Comandante Dan o classifica como uma “saudação espontânea e vibrante, que alastrou-se, expandiu o seu significado, ecoou por toda a Amazônia contagiando a todos com o mesmo ideal”. O texto original da matéria diz ainda que ‘Selva!’ substitui um ‘ok’ ou um ‘tudo bem’.

Para justificar a saudação religiosa, o parlamentar do PSC destacou a ascensão do número de evangélicos no Brasil, destacando a frase ‘A paz do Senhor Jesus’ como um dos costumes mais conhecidos entre estes cristãos. Irmão do deputado federal Silas Câmara (Republicanos), ele também coloca o papel da Igreja como fio condutor da relação do cidadão com Deus.

Contudo, as proposituras irrelevantes de Dan no parlamento não é algo inédito. Para o analista político Helso Ribeiro do Carmo, a atitude é vista como ‘estratégica’ para a atividade parlamentar.

“No caso do Dan, vejo duas situações que podem ser estendidas a todos os parlamentares. A primeira é mostrar uma identidade, reforçar a identidade de cristão e a de militar. Os deputados buscam isso. Mas há ainda a questão da estatística. Ao final do mês, do semestre, do ano legislativo, vai estar lá: deputado Dan Câmara propôs tantos projetos de lei. Então, ele vai poder dizer que trabalhou bastante, que foi um deputado propositivo. Por isso eles insistem nestes tipos de propostas”, explicou Helso.

O analista ressalta ainda a limitação da competência legislativa que, segundo ele, é “residual”.

“Para eles restaria a fiscalização do governador e dos secretários estaduais e legislar sobre temas que não têm abrangência tão grande. Aí completam os números com esses projetos de lei”, completou.

 

Rosianne Couto, para O Poder

Ilustração: Neto Ribeiro, do Portal O Poder

 

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