julho 15, 2025 00:17

PGR tende a denunciar indiciados no caso da ‘Abin Paralela’

A Procuradoria-Geral da República (PGR) tende a acusar os indiciados pela Polícia Federal (PF) na investigação sobre o aparelhamento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), segundo relatos.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), já encaminhou relatório ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, que deve se manifestar em até 15 dias.

Gonet tem três caminhos: oferecer a denúncia, solicitar diligências complementares ou solicitar o arquivamento da investigação. Conforme interlocutores do PGR, há uma inclinação clara pela primeira opção.

Auxiliares do procurador-geral dizem que o relatório sobre a chamada “Abin Paralela” é consistente e robusto, narrando o esquema com riqueza de detalhes e farto material probatório. Essas mesmas fontes também observam que Gonet já deixou clara sua posição sobre a “Abin Paralela” em fevereiro, quando ofereceu denúncia na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado.

Na ocasião, a PGR disse que a estrutura estatal de inteligência foi utilizada indevidamente pela organização criminosa para promover ataques virtuais, produzir desinformação contra opositores do ex-presidente Jair Bolsonaro e incitar a animosidade social.

A PF concluiu o relatório no dia 12 e o encaminhou a Moraes. O documento de 1.125 páginas era mantido em sigilo, mas o ministro decidiu torná-lo público depois que alguns trechos foram vazados à imprensa.

Ao todo, 36 pessoas foram indiciadas, entre elas o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que foi diretor-geral da Abin na gestão Bolsonaro.

A PF viu elementos que apontam para o envolvimento direto do ex-presidente no caso, mas ele não foi incluído na lista de indiciados, pois já responde por organização criminosa na ação penal sobre o golpe de Estado.

Na avaliação de investigadores, os dois inquéritos se correlacionam, ou seja, a organização criminosa é uma só. O princípio da vedação à dupla incriminação impede que uma pessoa seja processada duas vezes pelo mesmo fato.

 

Com informações de CNN Brasil

Últimas Notícias

Lentidão na pauta do TSE, sob comando de Cármen Lúcia, emperra julgamento de políticos

Sob a presidência de Cármen Lúcia, o fluxo de julgamentos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) neste ano tem se...

Mais artigos como este

error: Conteúdo protegido!!