Na última quarta-feira, 27, o presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva, assinou a recondução do procurador-geral da República, Paulo Gonet, para mais um mandato de dois anos no cargo.
Gonet assumiu a Procuradoria-Geral da República (PGR) em dezembro de 2023. Seu atual mandato, portanto, duraria até dezembro deste ano. Lula, porém, decidiu antecipar a recondução em alguns meses.
O ato foi assinado por Lula menos de uma semana antes do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) do ex-presidente Jair Bolsonaro, denunciado por Gonet como líder de uma trama golpista cujo objetivo seria manter-se no poder mesmo após perder para Lula na eleição de 2022.
A decisão foi tomada após Gonet ter se reunido na quarta com Lula no Palácio do Planalto. Mesmo reconduzido, o procurador precisará passar por nova sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e ter o nome mais uma vez aprovado pelo plenário da Casa. São necessários 41 votos para a aprovação. Em 2023, ele recebeu 65 votos.
Lula optou pela antecipação para a recondução no cargo para manter a tranquilidade interna e evitar disputas pela sucessão da PGR. Geralmente existe uma lista tríplice, respeitada em seus dois primeiros mandatos, mas não é obrigada a segui-la.
Histórico
Paulo Gonet tem 64 anos, atua como subprocurador-geral da República, com cerca de 40 anos de carreira no Ministério Público. É cofundador do Instituto Brasiliense de Direito Público e foi diretor-geral da Escola Superior do Ministério Público da União.
Formado em direito pela Universidade de Brasília (UnB), com mestrado na Universidade de Essex, no Reino Unido, e doutorado também pela UnB. Ingressou no Ministério Público Federal (MPF) em 1987. Ele foi vice-procurador-geral Eleitoral na gestão de seu antecessor, Augusto Aras.
Ao assumir a PGR, contudo, reverteu diversos entendimentos da instituição e retomou o foco sobre casos de corrupção, em especial relacionado a emendas parlamentares.
Com informações de Agência Brasil