A caminho da reeleição de Lula, a oposição lançou uma bomba fiscal no governo. A Câmara deve abrir um rombo de R$ 46 bilhões nas contas públicas. O dinheiro fará falta no ano eleitoral de 2026.
Na noite de quarta-feira, 8, houve a derrubada da Medida Provisória por 251 votos contra o Planalto. A votação abriu rombo nas contas do governo para ajudar bets e fintechs a pagarem menos impostos e indica que a aliança entre Centrão e bolsonarismo continua firme.
Em setembro, a dobradinha aprovou a PEC da Blindagem e acelerou a anistia aos golpistas. Agora complica os planos da Fazenda de cumprir a meta fiscal via elevação de receita.
O maior beneficiário da bomba é Tarcísio de Freitas, virtual candidato da direita. Mesmo tentando negar sua participação na derrota do governo, Freitas foi desmentido pelos próprios aliados. Da tribuna, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante, agradeceu “todo o empenho” em cabalar votos pelo telefone.
Cercado, Lula foi ao ataque. “Não derrotaram o governo. Derrotaram o povo brasileiro”, discursou, após acusar o Congresso de proteger os ricos que não querem pagar imposto. Seguiu-se um bate-boca entre a Fazenda e o Palácio dos Bandeirantes. Fernando Haddad acusou Tarcísio de “proteger a Faria Lima”, e o governador mandou o ministro cortar gastos e tomar “vergonha”.
Por trás do chumbo trocado, o Legislativo deu mais uma vitória bilionária para a banca e as bets. As fintechs continuarão a pagar menos impostos que os bancos tradicionais. As casas de apostas conseguiram barrar outra tentativa de elevar sua tributação, que hoje é de módicos 12%.
Na tentativa de salvar a MP, o governo cedeu ao Centrão e topou retirar do pacote a taxação das apostas on-line. Perdeu a votação e pode ter perdido o discurso. Depois do acordo frustrado, ficará mais difícil criticar o lobby da jogatina virtual.
Com informações de O Globo
Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados

