A Polícia Federal (PF) identificou que, entre a rede de contas falsas derrubadas pelo Facebook em junho do ano passado, está um perfil operado de endereços ligados ao presidente Jair Bolsonaro: no Palácio do Planalto, sede oficial do governo, e na casa da família na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
A informação consta em relatórios produzidos durante as investigações do inquérito dos atos antidemocráticos.
Uma das hipóteses de apuração tocadas pela PF no inquérito mirou no uso de redes sociais e a identificação de contas declaradas inautênticas pelo Facebook. Os investigadores usaram como base um relatório da Atlantic Council, que faz análises independentes sobre a remoções de perfis da rede social por “comportamento inautêntico coordenado”.
Localização
Na primeira etapa da investigação, a PF realizou a análise e apontou 80 contas consideradas inautênticas responsáveis pela difusão de informações antidemocráticas. Diante disso, as operadoras de internet foram intimadas a compartilhar os números de IP.
Com isso, ao menos 1.045 acessos partiram de órgãos públicos, incluindo a Presidência da República, a Câmara dos Deputados, o Senado e o Comando da 1ª Brigada de Artilharia Antiaérea do Exército. É justamente nesta lista que constam acessos a partir da rede de Wi-Fi do Palácio do Planalto e da casa dos Bolsonaro no Rio de Janeiro.
Perfis
Nos endereços ligados a Bolsonaro, a PF identificou os acessos a conta de Instagram Bolsonaro News e o perfil pessoal no Facebook de Tércio Arnaud Thomaz, assessor do presidente apontado como integrante do chamado “gabinete do ódio”, revelado pelo Estadão. Na casa de Bolsonaro, os acessos foram feitos em novembro de 2018. Já na rede da Presidência, foram mais de 100 acessos só ao perfil Bolsonaro News entre novembro de 2018 e maio de 2019.
Conteúdo: Correio Braziliense
Foto: MARCOS CORRÊA/PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA