janeiro 15, 2025 05:12

Amazonino confirma candidatura para governo do Estado e afirma ter projetos para desenvolver o Amazonas

O pré-candidato ao governo do Amazonas, Amazonino Mendes (União Brasil), participou nesta segunda-feira, 22, do programa Agora, do Grupo Norte de Comunicação. Na entrevista, ele falou sobre a pandemia da Covid-19, futuro político, Economia, projetos para o interior do Estado e melhorias para Segurança e Saúde.

Durante mais de 30 minutos de participação no programa, Amazonino afirmou que nunca esteve tão bem preparado física e emocionalmente para assumir o governo do Amazonas. Ele disse, ainda, que o momento é decisivo para o futuro do Amazonas e que não é mais o momento do eleitor “brincar de votar”.

Ao ser questionado sobre a possibilidade de montar uma chapa única com o senador Eduardo Braga (MDB), considerado um dos antigos aliados do seu grupo político, o ex-governador foi enfático.

“O Eduardo me apoiou para a prefeitura, nos entendemos e nos respeitamos. É comum discutirmos problemas técnicos e administrativos. Eu diria que ambos estamos preocupados com o que vem acontecendo no Estado, que nunca esteve sem rumo em toda a sua história. A insegurança é evidente e a Saúde que está um descalabro. Quem ama o nosso Estado deve ter sofrido com as famílias que perderam os seus entes queridos no recente episódio da pandemia. Na minha retina está gravada a cena brutal dos contêineres recebendo os corpos dos que morreram. Faltou amor e respeito à população e pela nossa gente”, alfinetou.

Sobre a possibilidade de conversar com outros políticos para compor alianças visando a eleição de 2022, Amazonino Mendes afirmou que depois de duas derrotas consecutivas nas últimas eleições (para governador e para prefeito de Manaus), o momento é de se reintegrar e montar uma nova equipe política.

“Quando vejo o que fiz, vejo que cumpri o meu dever e amei o meu povo. Nunca estive tão preparado para assumir o governo como agora. Sou um caboclo do interior e tenho um amor incrível pelo meu Estado e, principalmente, pela gente do interior, que está muito sofrido. Fizemos uma lei de mais de R$ 1 bilhão, obrigatória para o interior e acabaram. Isso é crime”, afirmou.

Amazonino também criticou a postura dos deputados da atual legislatura da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). “Foi esse governo que acabou com a Lei que beneficiava o interior. Mandaram um Projeto de Lei para a Aleam, que faz tudo o que eles querem. Lamentavelmente, nunca vi uma Assembleia tão assembleia tão subserviente. Quando eu governei tinha a Aleam contra mim, pois tem que ser independente”, alfinetou.

Sobre sua volta ao cenário político depois de afirmar que não disputaria mais eleições, Amazonino Mendes o Amazonas disse que o Amazonas precisa de socorro.

“Estou preparado para recuperar e colocar de novo o Estado nos trilhos, com todo respeito aos concorrentes que são capazes e têm direito, mas, desculpe, é uma verdade. Não posso deixar o Estado assim e descansar no fundo de uma rede como um novo adversário que diz isso porque é um ingrato. Há políticos que querem pegar o Estado como se tivessem ganho na loteria, organizam grupos e ficam ricos. Tem gente com apartamento na Suíça, Nova York, Portugal e Miami.  Essas coisas eu sei, governei tantas vezes e nunca permiti isso. Eu tinha respeito pela coisa pública”, ressaltou.

Segurança

Na avaliação de Amazonino, a segurança pública do Amazonas e o Brasil precisam de tecnologia para combater o tráfico de drogas. Em relação aos projetos futuros para a população do Amazonas, ele disse que pela sua experiência política de senador, prefeito e quatro vezes governador do Estado, pretende desenvolver projetos voltados para atender as famílias.

“O meu objetivo básico são as pessoas, as famílias. Quem tem dinheiro vai para São Paulo e quem não tem morre à míngua. Hoje o povo está passando literalmente fome. Em São Paulo, o povo cata lixo e briga por ossos na cidade mais rica do país. Muita gente que passou pelo poder foi criminosa e omissa. Temos que focar na educação básica das crianças. Vi a entrevista do Eduardo, que falou na escola integral, e ele está certo porque somente ela funcionar. Quero encher esse Estado dessas escolas”, prometeu.

Desenvolvimento do interior

Para o interior, Amazonino Mendes disse que sempre cuidou do interior e que, atualmente, é necessário desenvolver a pontencialidade econômica de cada região. “O que tem que fazer é ver a potencialidade econômica de cada área do interior e incrementar. Vejo o Sul do Madeira com potencial para o agro, falo isso não é de hoje. Falam muito do gás de Coari, mas dependemos muito de um país ‘maluco’ que não se respeita. Temos que dar um jeito local e prestigiar a Zona Franca de Manaus para que seja mais eficaz e deixe mais recursos para nós. Vou criar companhias mistas para desenvolver os vales do Sul desse Estado no Madeira e alavancar as riquezas naturais especificas”, explicou.

UEA

Ao ser questionado que criou no seu governo a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Amazonino Mendes relembrou que tentaram criar a Cidade Universitária, onde foram gastos milhões sem concluir a obra, que está abandonada.

“Enganaram os jovens e jogaram dinheiro fora. Seria para amparar o estudante do interior. Quando eu fiz a UEA eu queria estender para o interior. Fazia com que o jovem que vinha estudar medicina, tinha as acomodações pagas pelo Estado. A Cidade Universitária foi uma proposta mirabolante, inviável e estão lá os escombros. Milhões jogados fora. Queria uma universidade singular e diferente a Amazônia, com 30 milhões de pessoas numa região única no mundo, e queria fazer uma universidade dessa região. Tinha conversando com o pessoal do Peru e Venezuela. Na Suframa, eu fiz um local para se discutir a Amazônia e infelizmente desvirtuaram”, disse.

Amazonino afirmou, ainda, que quando foi senador, Manaus nem  pertencia ao conselho da Suframa. “Eu queria os Estados da Amazônia integrados porque seriam um peso unidos no senado federal. O Sul fazia com a gente o que queria com sanções abusivas de São Paulo por causa da nossa ‘pequenez’ política. Com exceção do Para, teríamos Amazonas, Acre e Rondônia com peso político. Avançamos muito, mas o peso é muito grande. Escrevi artigos sobre a maldade política de São Paulo contra nós. Está faltando a consciência para acabar com essa celeuma”, ressaltou.

‘Não se respeita’

Amazonino Mendes citou a importância da conclusão da BR-319 para o Amazonas e criticou o governo federal e a postura do Brasil que, na sua avaliação, é subserviente à política internacional.

“Essa estrada é fundamental. A verdade é que o Brasil é um país que não se respeita. Em um conselho internacional, esse país baixa muito a cerviz e não pode ser assim, tem que agir. Há um dado que somos obrigados a respeitar. Se, de fato a floresta Amazônica em pé é importante para o desequilíbrio climático do planeta, não tem jeito, é para a sobrevivência da humanidade e teríamos direito de uma contrapartida financeira”, afirmou.

Sobre os projetos pra a floresta, Amazonino disse que tem que respeitar a ciência, não somente com o que o mundo quer, mas com o que o Amazonas precisa. “Por que não se começa um trabalho sério para levantar a farmacopéia da nossa floresta?. Nós temos esse direito com uma população sofrida. Não se iludam com esses cabelos brancos, eu sempre fui revolucionário. Eu avanço, brigo e luto não para mim. Mas para fazer as coisas acontecerem para o Amazonas. Eu olho pra trás e digo ‘meu Deus eu não cuidei de mim, mas dos outros’. É uma espécie de missão. Eu gosto das coisas boas, mas não sou escravo das coisas boas”, ressaltou.

 

 

Augusto Costa, para O Poder

Foto: Divulgação

 Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins

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