novembro 18, 2024 07:37

Lula abandona fala pacificadora e ataca Bolsonaro: ‘Não reconhece derrota’

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), abandonou hoje o tom de pacificação que havia adotado desde sua vitória nas urnas e investiu contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), após atos de vandalismo de bolsonaristas registrados ontem em Brasília. 

O petista, em evento de encerramento dos seus grupos de trabalho, afirmou que o oponente ainda “não aceitou a derrota nas urnas” e é “sem coração” por sua postura durante a pandemia da covid-19.

O que aconteceu no evento

O que Lula disse

Bolsonaro: “Esse cidadão até agora não reconheceu sua derrota, continua incentivando os ativistas fascistas que estão na rua. Ontem recebeu esse pessoal no Palácio da Alvorada, não sei qual foi o estrago feito no Palácio, ele tem que saber que é um patrimônio público, é do povo brasileiro, temos que tratar com carinho”.

“É uma figura irracional, sem coração, sem sentimento, sem capacidade de expressar um gesto de racionalidade. Não chorou uma lágrima pelas quase 700 mil pessoas que morreram de covid”. Lula ainda disse que o chefe do Executivo carrega culpa de “pelo menos metade” das mortes pelo coronavírus por ter negado “a ciência e a orientação da Organização Mundial da Saúde”.

“É um governo que se trancou dentro de uma redoma, não de vidro, mas de uma caixa de fósforo. Governou sem o Congresso, sem a sociedade organizada e fez o que queria porque quem governava era o ministro da Economia, Paulo Guedes, porque fez questão de dizer que não sabia de nada e quem sabia era o Posto Ipiranga. Ele está mostrando o que é agora”. 

Ressentimento: “Não gosto de ficar lembrando o que eu passei. Nunca aceite ser chamado de ladrão, de pagar preço de crime que não cometeu […] Estamos de cabeça erguida, tenho certeza que meus acusadores não andam com a cabeça erguida como eu ando. Digo isso porque não quero vingança, depois do prêmio que o povo me deu eu não tenho direito de sentar na cadeira com ressentimento, só não me peçam para esquecer”.

Economia: “Queria dizer ao glorioso mercado: Ao tentar julgar o que estamos fazendo, diga se alguma vez no mercado ganharam tanto dinheiro quanto de 2003 a 2008.

Educação: “A palavra é cuidar e não governar. Se em 2003 tinha um único compromisso, disse que se ao final as pessoas estivessem comendo três refeições ao dia eu teria feito a obra da minha vida, agora tenho outro compromisso, no dia da minha posse quero assumir compromisso com a educação básica no país. Escola de tempo integral e qualidade, faremos todo o possível, teremos menos violência e vítimas da rua, as crianças estarão protegidas dentro da escola aprendendo alguma coisa”.

Saúde: “Não é possível que depois da pandemia a gente não compreenda o papel sagrado, importante, que tem o SUS (Sistema Único de Saúde) nesse país […] Não digam que é contradição, eu faço exame e desconto do imposto de renda, portanto quem paga o tratamento que temos é o pobre que não tem direito, especialista ou plano de saúde. Precisamos pensar em uma reforma tributária”. 

Deus: “Não haverá nada nesse mundo a não ser Deus que me proíba de fazer esse país voltar a sorrir”. 

Curiosidade: Gleisi Hoffmann, presidente do PT, agradeceu o companheirismo do vice de Lula, Geraldo Alckmin (PSB), e elogiou “bom humor” do vice.

 

Da Redação com informações de Uol

Foto: Mateus Bonomi/AGIF/Estadão Conteúdo

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