novembro 23, 2024 20:57

PF abre inquérito para investigar possível genocídio contra yanomamis

A PF (Polícia Federal) abriu hoje uma investigação para apurar possíveis crimes de omissão e genocídio relacionados à crise humanitária que vive a população yanomami em Roraima. 

Entre os focos da investigação, o órgão vai apurar se houve omissão de agentes públicos e atuação dos financiadores e facilitadores do garimpo ilegal na região. A superintendência da PF em Roraima ficará responsável pelas investigações.

A informação foi revelada pela GloboNews e confirmada pelo UOL. O pedido do inquérito foi feito pelo ministro Flávio Dino (Justiça), que já foi informado da abertura da investigação. 

Em nota, a PF disse que irá “apurar os crimes de genocídio, omissão de socorro, crimes ambientais, além de outros crimes conexos em Terras Indígenas Yanomami”. Há outros possíveis crimes que podem ser identificados pelos investigadores ao longo das apurações.

Em visita ao estado no final de semana, o presidente Lula (PT) criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por priorizar as motociatas e ter “abandonado” os yanomamis. 

“É desumano o que eu vi aqui. Sinceramente, se o presidente que deixou a Presidência esses dias em vez de fazer tanta motociata tivesse vergonha e viesse aqui uma vez, quem sabe esse povo não tivesse tão abandonado como está”, disse Lula.

Flávio Dino: objetivo final é a desintrusão das terras indígenas

Em entrevista à GloboNews, Dino afirmou que a PF está orientada para “buscar desde as pessoas que estão em Roraima como aqueles que estavam acima na cadeia hierárquica”. 

“Há centenas de documentos oficiais encaminhados a ministérios e vários órgãos públicos, e essas pessoas têm que ser chamadas a explicar porque, uma vez avisadas, não agiram. Isso será explicado à PF”, disse Flávio Dino.

Segundo o ministro, o processo de desintrusão será construído com a polícia local, as Forças Armadas e outros órgãos. “Há um cruzamento entre essas ocupações ilegais com o sofrimento da população”, disse. 

Dino e Lula elaboram, junto às pastas da Saúde, Desenvolvimento e Povos Indígenas, medidas para combater, principalmente, a questão da fome e da segurança na região.

Crise sanitária e humanitária 

570 crianças yanomamis morreram por contaminação por mercúrio, desnutrição e fome, “devido ao impacto das atividades de garimpo ilegal na região”, segundo o Ministério dos Povos Indígenas. 

O Ministério da Saúde decretou estado de emergência para combater a falta de assistência sanitária que atinge os yanomamis. A portaria foi publicada em edição extra do DOU (Diário Oficial da União) e já está em vigor desde a última sexta-feira, 20. 

 

Da Redação com informações de UOL 

Foto:  Junior Yanomami/Condisi-YY

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