novembro 5, 2025 07:07
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Com voto de Zanin, STF condena Bolsonaro por plano de golpe de Estado

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Por maioria de votos, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi condenado nesta quinta-feira, 11,  na Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) por participação em uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Bolsonaro é o primeiro presidente do Brasil a ser condenado por golpe.

O relator, ministro Alexandre de Moraes, foi acompanhando por Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Luiz Fux votou pela absolvição. O placar final foi de 4 a 1.

Além de Bolsonaro, o STF condenou outros sete réus que integravam o “núcleo crucial” da trama golpista:

  • Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-presidente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência);
  • Almir Garnier, almirante de esquadra que comandou a Marinha no governo de Bolsonaro;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) de Bolsonaro;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa de Bolsonaro; e
  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa e candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022.

Por quais crimes os réus foram denunciados?

Bolsonaro e outros réus respondem na Suprema Corte a cinco crimes. São eles:

  • organização criminosa armada;
  • tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • golpe de Estado;
  • dano qualificado pela violência e ameaça grave (com exceção de Ramagem);
  • deterioração de patrimônio tombado (também com exceção de Ramagem).

Fux votou pela condenação de Cid e Braga Netto no crime de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Nestes, o placar foi de 5 a 0.

A única exceção é Alexandre Ramagem. Por ser deputado, a Câmara pôde suspender a tramitação dos crimes cometidos após a diplomação dele no cargo. Com isso, Ramagem foi condenado apenas por: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

Os ministros agora devem iniciar a análise de dosimetria, ou seja, calcular a pena de cada um dos réus. No caso de Mauro Cid, há possibilidade de perdão judicial por ele ter assinado delação premiada.

Mesmo com a definição da pena, ainda cabe recurso da decisão, o que significa que Bolsonaro e os outros réus não serão presos de imediato.

No Brasil, as penas só podem ser executadas depois que o caso transita em julgado, ou seja, depois que acabam todas as possibilidades de recurso.

Como votou cada ministro

Alexandre de Moraes: Dedicou cinco horas ao voto e apontou Jair Bolsonaro como líder da organização criminosa que planejou um golpe de Estado. Segundo ele, o grupo usou a máquina pública e apoio de militares para atacar o Judiciário, desacreditar o sistema eleitoral e impedir a posse do governo eleito em 2022. Moraes citou a minuta do golpe discutida com militares, a reunião de ministros em 2022, o financiamento de acampamentos em quartéis, o Plano Punhal Verde e Amarelo e a coordenação dos atos de 8 de janeiro. Para o ministro, as ações mostraram a recusa de Bolsonaro e aliados em aceitar a alternância democrática de poder e quase levaram o Brasil de volta a uma ditadura.

Flávio Dino: Acompanhou Alexandre de Moraes e votou pela condenação de Jair Bolsonaro e outros sete réus. Para ele, Bolsonaro e Walter Braga Netto exerceram liderança sobre a organização criminosa e devem receber penas mais altas, enquanto Paulo Sérgio Nogueira, Augusto Heleno e Alexandre Ramagem tiveram participação menor e devem pegar penas reduzidas. O ministro ressaltou que a tentativa de golpe não se tratou apenas de preparativos, mas de atos executórios que colocaram em risco o Estado Democrático de Direito, incluindo com a invasão violenta das sedes dos Três Poderes.

Luiz Fux: Foi o único a divergir no julgamento. Em um voto de 14 horas, defendeu a absolvição completa de Jair Bolsonaro e de outros cinco réus. Em relação a Mauro Cid e Walter Braga Netto, votou pela condenação apenas pelo crime de tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, rejeitando todas as demais acusações. Ao contrário dos outros ministros, Fux analisou separadamente cada crime e cada réu. Também acolheu quase todas as preliminares apresentadas pelas defesas, argumentando que houve cerceamento do direito de defesa e que o STF, assim como sua Primeira Turma, não teriam competência para julgar o caso. Logo no início de sua manifestação, ainda enviou um recado indireto a Alexandre de Moraes, afirmando que juízes não têm função investigativa e devem agir com distanciamento.

Cármen Lúcia: Concluiu que a PGR apresentou provas sólidas de uma empreitada criminosa organizada por uma “milícia digital” para atacar o Judiciário e as urnas eletrônicas, liderada por Jair Bolsonaro, apontado como responsável por planejar a ruptura institucional e a permanência forçada no poder. Para ela, as ações foram coordenadas, contaram com participação efetiva de Mauro Cid e envolveram violência, grave ameaça e até cogitação de assassinatos de autoridades. Rejeitando a tese de Luiz Fux, defendeu que os réus devem ser condenados separadamente pelos crimes de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Cristiano Zanin: Surpreendeu ao acompanhar integralmente o voto de Alexandre de Moraes e votar para condenar todos os réus pelos cinco crimes imputados pela PGR. Para ele, ficou comprovada a existência de uma organização criminosa armada e estruturada para manter Bolsonaro no poder. Segundo o ministro, as ações envolveram uso de estruturas do Estado, ameaças a autoridades e violência, evidenciada nos atos de 8 de janeiro de 2023. Zanin afirmou que não foram apenas opiniões políticas ou atos preparatórios, mas um conjunto de estratégias coordenadas que atacaram a democracia, e que a responsabilização é fundamental para consolidar o Estado Democrático de Direito.

Relembre o caso

Em 8 de janeiro de 2023, manifestantes vindos de várias cidades e do acampamento em frente ao quartel general do Exército invadiram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o STF. Obras, estruturas e peças históricas foram destruídas.

O ex-presidente Jair Bolsonaro estava nos Estados Unidos quando os ataques ocorreram, mas já estava na mira da Polícia Federal como possível mentor de um plano golpista.

As apurações avançaram com a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Ele relatou reuniões do presidente com ministros, embaixadores e chefes militares antes das eleições de 2022, nas quais o então mandatário colocava em xeque a credibilidade das urnas.

No segundo turno, a PRF teria sido mobilizada para dificultar o acesso de eleitores em cidades mais favoráveis a Lula. Após a diplomação do petista, em dezembro, vândalos incendiaram carros e ônibus e tentaram invadir a sede da PF em Brasília, e dias depois foi encontrada uma bomba perto do Aeroporto da capital.

Ainda em dezembro, investigações apontaram a elaboração de uma minuta golpista e do plano “punhal verde-amarelo”, que previa os assassinatos de Lula, Alckmin e Moraes. O inquérito da PF foi concluído em novembro de 2024.

Bolsonaro e outros 36 aliados foram indiciados e denunciados pela PGR, que os dividiu em cinco núcleos de atuação. O núcleo central, liderado por Bolsonaro, teria planejado impedir a posse de Lula. A denúncia foi aceita pelo STF, e os réus passaram a responder a uma ação penal.

Segundo a acusação, Bolsonaro liderou a organização criminosa, articulou ataques às urnas, difundiu desinformação e incitou a intervenção militar. Em junho, os réus foram interrogados e negaram a tentativa de golpe.

As defesas questionaram a imparcialidade de Alexandre de Moraes e a validade da delação de Cid, marcada por contradições e descumprimentos do acordo. Anular a delação, porém, significaria invalidar parte das provas nas quais se baseia a denúncia.

O caso repercutiu internacionalmente. Em julho, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump defendeu Bolsonaro, chamou o processo de “caça às bruxas” e impôs sanções a Moraes, que reagiu afirmando que não recuaria “nem um milímetro”.

Com a entrega das alegações finais, o ministro Cristiano Zanin marcou o julgamento. Após cinco sessões, a Primeira Turma do STF decidiu condenar Bolsonaro e outros sete réus.

 

Da Redação com informações de CNN Brasil

Foto: Divulgação 

STF tem maioria para condenar Bolsonaro por organização criminosa

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A ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal), formou maioria na Primeira Turma da Corte para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus por organização criminosa, devido à participação no que seria um plano de golpe contra o resultado das eleições de 2022.

Com o voto da ministra, proferido nesta quinta-feira, 11, o placar está em 3 a 1 em relação ao crime.

Resta apenas o voto de Cristiano Zanin, mas já não há como reverter na Primeira Turma do STF o resultado pela condenação dos réus por organização criminosa.

 

Da Redação com informações de CNN Brasil

Foto: Divulgação

Fé e Direito em Diálogo: Manaus recebe I Seminário de Direito Eclesiástico

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A Comissão de Direito Eclesiástico realiza, no próximo dia 17, às 15h, o I Seminário de Direito Eclesiástico, no Auditório Rubi da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Amazonas (OAB/AM), (Av. Humberto Calderaro, 2000 – Adrianópolis). O evento será realizado no Auditório Rubi da OAB/AM, localizado na Av. Humberto Calderaro, nº 2000, bairro Adrianópolis, e contará com certificação de 15 horas complementares.

O seminário terá a presença de importantes nomes ligados ao diálogo entre fé e legislação. Estão confirmados como palestrantes o Pr. Jonatas Câmara, presidente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Amazonas; Gilson da Silva, juiz do Tribunal Eclesiástico, coordenador e assessor canônico da Comissão Metropolitana; e o Rabino Shaliach roe Ícaro, fundador do 1º Fórum da Torá Judaico-Cristão no Brasil e especialista em Teologia Judaica.

De acordo com o presidente da Comissão de Direito Eclesiástico da OAB/AM, advogado Raphael Asafe, o encontro marca um momento histórico para a advocacia amazonense e para as instituições de fé. “Este evento não é apenas uma formalidade, é uma ponte entre o Direito e a fé, entre a justiça dos homens e os princípios eternos do Reino de Deus. Vivemos um tempo em que a igreja precisa estar juridicamente consciente, doutrinariamente firme e socialmente atuante. E é exatamente por isso que estamos aqui: para fortalecer essa visão”, destacou.

Raphael também ressaltou que o seminário será uma oportunidade para aproximar diferentes públicos em torno de uma reflexão necessária. “A importância deste momento está em reunirmos profissionais do Direito, líderes religiosos, estudantes e membros da comunidade para dialogarmos sobre o papel da igreja na sociedade e o respeito à liberdade religiosa, às normas constitucionais e à boa governança eclesiástica”, afirmou.

O I Seminário de Direito Eclesiástico busca se consolidar como um espaço inédito de diálogo e aprofundamento sobre o tema, promovendo a troca de experiências e fortalecendo a atuação das instituições religiosas dentro dos marcos legais e democráticos. A expectativa da Comissão é que o evento contribua para ampliar a compreensão do Direito Eclesiástico e sua relevância para a sociedade e as comunidades de fé.


Da Redação com informações da assessoria de imprensa 

Foto: Divulgação

Pregão da Prefeitura de Novo Airão pode ser suspenso pelo TCE-AM por irregularidades 

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A Prefeitura de Novo Airão deve esclarecer possíveis irregularidades no edital do Pregão Presencial nº 29/2025 no Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM). O pedido de representação atendeu aos requisitos de admissibilidade e será julgado nesta quinta-feira, 11.

O pedido de medida cautelar foi apresentado pela empresa Prime Consultoria e Assessoria Empresarial Ltda., que solicitou o pedido de suspensão imediata do procedimento licitatório. O intuito da suspensão é neutralizar qualquer dano ao erário.

A relatoria do caso ficou com o auditor Luiz Henrique Pereira Mendes e destacou no documento que a Corte é competente para prover cautelares a fim de neutralizar situações de lesividade ao interesse público.

Vale ressaltar que a representação é um instrumento de fiscalização e exercício do controle externo, com o objetivo de apurar supostas ilegalidades em procedimento administrativo.

Confira o documento na íntegra:

TCE-AM-Novo Airão

 

Da Redação

Relatório de Braga sobre segunda etapa da reforma tributária chega à CCJ

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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) recebeu o relatório do senador Eduardo Braga (MDB-AM) ao projeto que dá continuidade à reforma tributária. O presidente da CCJ, senador Otto Alencar (PSD-BA), concedeu vista coletiva, que significa mais tempo para os senadores analisarem, e informou que a comissão vai debater o relatório na próxima quarta-feira, 17.

O Projeto de Lei Complementar (PLP) 108/2024 cria definitivamente o Comitê Gestor do Imposto sobre Bens e Serviços, órgão especial responsável por coordenar o IBS, tributo que unificará os atuais ICMS (estadual) e ISS (municipal).

O texto também altera a primeira parte da regulamentação da reforma tributária (Lei Complementar 214, de 2024). Prevê, por exemplo, que taxistas e fretistas serão isentos de IBS e que o Imposto Seletivo será maior na medida em que uma bebida tiver mais açúcar. Segundo Braga, as mudanças são para corrigir distorções e esclarecer dúvidas.

Braga se comprometeu a atender os senadores durante a semana para eventuais alterações no relatório. Atualmente, o documento acata 96 das 379 emendas já apresentadas. Ele pediu que os senadores enviem sugestões até a terça-feira, 16, e afirmou que as discussões não devem retomar o que já foi superado na aprovação da Lei Complementar 214. Na ocasião, setores da economia buscaram tratamentos mais vantajosos para si na cobrança dos novos impostos, por exemplo.

“Peço que as emendas parem de ser apresentadas na terça-feira, porque senão eu não terei tempo. Nós estamos agora tratando de matérias que têm repercussão técnica, portanto teremos que ouvir os especialistas para que não cometamos nenhum tipo de equívoco”, disse.

Se o texto for aprovado no Senado, volta à Câmara dos Deputados em razão de Braga ter apresentado um texto alternativo (substitutivo).

Comitê Gestor

Os membros do Conselho Superior que conduzirá o Comitê Gestor passam a ter regras mais rígidas para se manterem no cargo, após as alterações de Braga. Caso sejam condenados a prisão ou por improbidade administrativa ou demitidos, por exemplo, perderão o cargo.

O relator também resolve temporariamente o embate entre duas associações de municípios que impediu a criação temporária do Comitê Gestor em 2025. Para isso, neste ano a Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos concorrerá a 13 vagas de representantes dos municípios no Conselho Superior. Já a Confederação Nacional de Municípios será responsável por 14 vagas.

O Comitê Gestor será um órgão sem subordinação hierárquica a qualquer outro órgão do poder público, composto por representantes dos estados e municípios. Será responsável por arrecadar o IBS e distribuir o que for arrecadado entre os entes federados.

Histórico

O senador Efraim Filho (União-PB) afirmou que o aspecto técnico do PLP 108/2024 não o torna menos importante. O processo tributário do IBS será modernizado com o texto, o que tornará o Brasil mais propenso ao setor produtivo, segundo ele. 

“Aqui está o custo do Brasil, a questão da burocracia excessiva, que transformam nossa legislação no manicômio tributário”, reforçou.

A senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO) apoiou a previsão de que no mínimo 30% dos julgadores nos processos tributários sejam mulheres. O mesmo vale para os diretores executivos do Comitê Gestor.

“ Como líder da Bancada Feminina, não poderia deixar de observar esse avanço. Há uma inovação presente nesse cuidado com a participação feminina”, afirmou.

O senador Izalci Lucas (PL-DF) elogiou o trabalho de Braga e disse que espera que a votação ocorra em breve.

Veja outras alterações propostas por Braga:

  • Prevê situações que abrandam multas e aumentam descontos no pagamento de impostos — por exemplo, quando o penalizado contribui com o Fisco com o envio de informações
  • Impede as Secretarias de Fazenda municipais e estaduais de criarem obrigações acessórias — como exigir documentos — sobre o IBS
  • Cria uma Câmara Nacional de Integração do Contencioso Administrativo do IBS e da CBS, como último recurso sobre situações em que há divergência sobre as regras a serem aplicadas.

 

Da Redação, com informações da Agência Senado
Foto: Divulgação 

Prefeito de Maraã retira polo assistencial de comunidade e ignora cobrança do Ministério Público

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O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPAM) instaurou um inquérito civil para apurar a retirada do polo assistencial da Comunidade Belo Monte, localizada na zona rural de Maraã (a 634 km de Manaus). A medida foi oficializada pelo promotor de Justiça, Marcos Túlio Pereira Correia Júnior, diante da ausência de justificativas da prefeitura, sob comando do Pastor Edir (UB), sobre a decisão administrativa.

De acordo com informações apuradas no procedimento preparatório nº 124.2022.000001, a desativação do polo impactou diretamente a população local e de comunidades vizinhas, resultando na suspensão de benefícios essenciais, como repasse de combustível, distribuição de cestas básicas e auxílio-transporte.

Segundo o MPAM, os polos assistenciais municipais desempenham papel fundamental na descentralização e acesso a programas sociais, sendo instrumentos para garantir direitos básicos previstos na Constituição Federal e na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS).

O promotor destacou que, apesar da expedição de notificações e ofícios, a Prefeitura de Maraã não apresentou respostas para justificar a medida.

O inquérito terá prazo inicial de um ano, prorrogável, e deverá reunir documentos e informações que esclareçam as razões da retirada do polo e os impactos causados à comunidade.

Da Redação
Foto: Divulgação 

PA: Grupo empresarial é investigado por fraude e sonegar R$ 90 milhões de impostos

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A Receita Federal, a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) deflagraram a operação “Underbill” no Pará, na última quarta-feira, 10. Ao todo, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão, resultando na apreensão de bens avaliados em R$ 26 milhões.

A operação tem como alvo um grupo empresarial suspeito de sonegar cerca de R$ 90 milhões em tributos, facilitar a entrada irregular de produtos estrangeiros no país e realizar pagamentos internacionais por meio de câmbio ilegal. A identidade dos investigados ainda não foi informada.

A investigação, sob sigilo judicial, teve início a partir da análise de autuações fiscais realizadas sobre empresas importadoras. Segundo a Receita, foram identificados indícios irregulares contra as ordens tributária e aduaneira, cometidos por grupos empresariais que seriam assessorados por uma empresa prestadora de serviço de despacho aduaneiro.

As investigações apontam suspeitas de fraudes em importações de mercadorias. De acordo com a apuração, as cargas chegavam ao país pelos portos de Belém e Vila do Conde, na cidade de Barcarena, e eram distribuídas para estados como Amazonas, Maranhão, Ceará, Alagoas, Pernambuco, Minas Gerais e São Paulo.

Segundo o delegado da PF Roger Morgado Carvalho, “as investigações indicam que o grupo importava produtos do exterior, principalmente provenientes da China, internalizavam no Brasil com a aplicação de métodos para sonegar impostos”.

“A gente pode citar o subfaturamento, a utilização de empresa de terceiros, o que gerava um prejuízo significativo para o erário e uma concorrência desleal no mercado que prejudicava as empresas nacionais e as empresas que importam de maneira correta”, disse.

Entre as irregularidades detectadas nas operações comerciais e nas finanças dos importadores, estão as suspeitas de que: os produtos eram declarados com um valor menor do que o real (o chamado subfaturamento); impostos federais não eram pagos (sonegação); ‘laranjas’ (pessoas ou empresas de fachada) eram usados para esconder os verdadeiros donos dos negócios; havia tentativas de dificultar o controle da Receita Federal na hora de identificar e contar os produtos; e as regras de órgãos reguladores eram desrespeitadas.

O esquema, segundo a investigação, contava com a participação de comerciantes estrangeiros, despachantes aduaneiros e empresas de comércio exterior.

O grupo é suspeito de praticar subfaturamento, interposição fraudulenta, sonegação fiscal, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, violação de direitos de propriedade intelectual e ocultação de patrimônio. A apuração continua com a análise do material apreendido e a identificação de outros possíveis envolvidos.

As análises fiscais e financeiras dos envolvidos também apontaram, de acordo com os agentes, indícios de movimentação financeira incompatível de diversas pessoas físicas e jurídicas, envio ou recebimento de dinheiro sem seguir as regras e leis do Banco Central e da Receita e ocultação de patrimônio.

A operação conta com a participação de 17 auditores-fiscais e analistas tributários da Receita Federal, além de 50 policiais federais.

Os responsáveis poderão responder pelos crimes de descaminho, contrabando, sonegação fiscal, evasão cambial e organização criminosa.

 

Da Redação, com informações do G1
Foto: Divulgação

Suframa sedia lançamento nacional do ‘Plano Brasil Soberano’ do governo federal

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Na quarta-feira, 10, a Suframa sediou o lançamento nacional do “Plano Brasil Soberano”, uma iniciativa do governo federal, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que vai operacionalizar R$ 40 bilhões em crédito para apoiar o setor de exportação brasileiro.

A medida foi tomada em resposta às tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos, visando mitigar os efeitos do tarifaço. Ao todo estão previstos R$ 30 bilhões oriundos do Fundo Garantidor de Exportação (FGE) e R$ 10 bilhões em recursos próprios.

O programa também beneficia diretamente as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs). O evento de lançamento foi aberto pelo superintendente-adjunto Executivo da Suframa, Luiz Frederico Aguiar, e contou com a presença do Chefe do Departamento de Relacionamento do BNDES, Arthur de Resende Pinto; do superintendente da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), Paulo Rocha; do presidente da Organização das Cooperativas do Brasil no Amazonas (OCB/AM), Petrucio Magalhães; da coordenadora-geral do Programa de Qualificação às Exportações (PEIEX/AM), Olinda Marinho; além de entidades como o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam) e da Federação da Indústria do Estado do Amazonas (Fieam).

Segundo o representante do BNDES, a “Caravana BNDES Brasil Soberano” vai percorrer o país em um período de dois meses, com a meta de chegar a 25 municípios, principalmente os que possuem grande base de exportadores, para auxiliar de forma emergencial.

“A gente está começando por Manaus e o objetivo é levar uma mensagem a empresas exportadoras e aos setores mais afetados pelo aumento de tarifa de importações nos Estados Unidos. Desenhamos medidas emergenciais de crédito, de garantia, que vão poder auxiliar exportadores impactados, tanto para continuar o desenvolvimento dos seus negócios quanto para diversificar mercados”, justificou Arthur Pinto.

Suframa recebe o lançamento do Plano Brasil Soberano

O superintendente-adjunto Luiz Frederico Aguiar reforçou o papel das entidades empresariais e no processo de tudo que foi falado em Manaus do que será levado às outras localidades. Destacou também a importância de receber o lançamento do programa, sendo esse o primeiro evento do BNDES.

“Tivemos a honra de receber o primeiro evento do BNDES e o lançamento do programa. Então, nós aqui aproveitamos a ocasião para divulgar para todo empresariado local esta oportunidade, demonstrando quais são as formas de participação nesse plano emergencial, a fim de reduzir o impacto daqueles que estão sendo afetados, que exportavam para os Estados Unidos e que são afetados pelo tarifaço”, ressaltou.

 

Com informações da Suframa

Voto de Cármen Lúcia pode ser decisivo para Bolsonaro

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A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), apresenta o quarto voto no julgamento que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados por participação na tentativa de golpe de Estado em 2022.

A sessão será retomada nesta quinta-feira, 11, e está marcada para começar às 14h (horário Brasília).

Já há maioria para condenar o tenente-coronel Mauro Cid e o ex-ministro da Casa Civil Braga Netto pelo crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O voto da ministra poderá ser decisivo para o placar em relação a outros réus.

Dois ministros já votaram pela condenação de todos os réus aos crimes: Alexandre de Moraes, relator do caso, e Flávio Dino. Ainda não foram definidas as penas, mas Moraes sugeriu somar as punições. Dino defendeu penas diferentes, conforme o grau de envolvimento de cada réu.

O ministro Luiz Fux divergiu parcialmente, propondo a absolvição parcial ou total para os réus. No caso do ex-presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, concluiu que não há provas para a condenação.

O que está previsto para esta quinta-feira?

Em uma nova sessão, a Primeira Turma do STF se reúne para ouvir o voto da ministra Cármen Lúcia. Única mulher entre os ministros da Corte, a ministra é que tem mais tempo de atividade entre os magistrados do colegiado.

Na semana passada, uma pergunta da ministra chamou a atenção na apresentação dos argumentos das defesas. Cármen Lúcia fez o questionamento no final da fala do advogado Andrew Fernandes, que representa o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira.

Ao longo de sua manifestação, o advogado reiterou algumas vezes que seu cliente não tem culpa na tentativa de golpe de Estado e que prova disso é que o então ministro buscava demover o ex-presidente Jair Bolsonaro de quaisquer medidas extremas.

No fim da exposição, a ministra Cármen Lúcia perguntou ao que ele se referia:

“Demover de quê?”, questionou a ministra.

“Porque até agora todo mundo diz que ninguém pensou nada, cogitou nada…”, completou a magistrada.

“De qualquer medida de exceção”, respondeu Fernandes.

O que ocorre depois do voto de Cármen Lúcia?

A Primeira Turma tem outra sessão para a tarde de quinta-feira, 11. Além disso, tem mais um dia de julgamentos na sexta-feira, 12, das 09h às 19h (horário Brasília).

Votos dos demais ministros

Depois do posicionamento de Cármen, será apresentado o último voto, o ministro Cristiano Zanin. A ordem segue a antiguidade no STF. Zanin vota por último por ser o presidente da Primeira Turma.

Decisão por maioria

No julgamento, os ministros avaliam a situação e decidem:

  • pela absolvição: se isso ocorrer, o processo é arquivado;
  • pela condenação: se isso ocorrer, será fixada uma pena.

A deliberação – pela condenação ou absolvição – é por maioria de votos. Ou seja, se houver três votos em uma mesma linha, será esse o entendimento que vai prevalecer no colegiado.

Divergências

Os magistrados podem pontuar divergências parciais:

  • podem apresentar argumentos específicos;
  • podem propor cálculos de penas diferentes;
  • podem condenar réus que foram absolvidos pelo relator e vice-versa;
  • podem condenar por alguns crimes, rejeitando a aplicação de alguns delitos.

Pode ocorrer também a divergência total, ou seja:

  • com o voto de Moraes pela condenação de todos, um ministro pode votar pela absolvição de todos;

Tempo de pena

Uma vez definida a condenação, a próxima etapa é a definição do tempo de pena – a chamada dosimetria.

O cálculo da punição segue um rito que envolve três fases:

  • primeira fase com a fixação da pena-base, conforme os limites da lei;
  • na segunda fase, os magistrados avaliam as circunstâncias que atenuam ou agravam a pena;
  • na terceira fase, são verificadas eventuais causas de diminuição ou aumento de pena.

 

Da Redação com informações de G1

Foto:  Rosinei Coutinho/STF e Victor Piemonte/STF

 

Denúncia aponta excesso de temporários na Prefeitura de Barreirinha e cargos efetivos vagos

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As contratações temporárias realizadas pela Prefeitura de Barreirinha, especialmente da área da Educação, serão investigadas pelo Ministério Público do Amazonas (MPAM), por meio de um inquérito civil. A portaria é assinada pela promotora de Justiça, Anne Caroline Amaral de Lima.

De acordo com a documentação, a investigação teve origem em uma denúncia registrada na Ouvidoria-Geral do MP (Notícia de Fato nº 040.2025.000639). A manifestação aponta para contratações temporárias de seis meses sem comprovação de excepcionalidade, além da informação de que, no exercício de 2025, o município possui 1.500 vínculos temporários, ao mesmo tempo em que mantém 136 cargos efetivos vagos.

O MPAM destacou que, conforme a Constituição Federal, determina que contratações para cargos públicos sejam prioritariamente por concurso público, sendo as contratações temporárias permitidas apenas em situações excepcionais, devidamente justificadas. O Supremo Tribunal Federal (STF), no Tema 612 da repercussão geral, reforçou que esse tipo de vínculo deve obedecer a critérios restritivos e não pode ser utilizado para suprir atividades permanentes da gestão.

A promotora determinou que a prefeitura apresente, no prazo de 15 dias úteis, um mapa completo do quadro de pessoal (efetivos, comissionados, temporários, terceirizados), com detalhamento por secretaria e custos na folha de pagamento; relatório sobre a execução do concurso público realizado em 2023, incluindo nomeações e pendências; planilha atualizada dos contratos temporários em 2025, com justificativas individualizadas, sobretudo nas zonas indígena e rural; relação dos cargos efetivos vagos e a estratégia para recomposição;
demonstrativos de despesas com pessoal, incluindo relatórios fiscais dos últimos 12 meses.

O MP também solicitou informações à Câmara Municipal de Barreirinha, sobre legislações locais que tratem das contratações temporárias, e ao Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE), para verificar a existência de processos relacionados ao tema.

DiarioOficialMPAM-2025-09-08-35-38

 

 

Da Redação
Foto: Divulgação

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