Em decorrência da pandemia do novo coronavírus, viajantes estrangeiros vindos do Brasil, dos Estados Unidos e da Rússia deverão ficar de fora do planejado relaxamento das restrições de viagem na União Europeia (UE), informam diplomatas europeus que acompanham as tratativas na última sexta-feira, 26.
Os três países não constam de uma lista preliminar de países de fora do bloco com ingresso livre a partir de 1º de julho, encaminhada aos embaixadores que os países-membros mantêm na UE, afirmou um diplomata.
A decisão ainda não foi definida em razão dos embaixadores estarem dialogando com os seus respectivos governos. Países com forte setor turístico, como Portugal e Grécia, são a favor de um relaxamento mais amplo, enquanto nações como a Dinamarca defendem regras rígidas.
Outro ponto decisivo é a confiabilidade dos números divulgados pelos países. Muitos governos duvidam que a situação real na China, por exemplo, esteja de fato refletida nos dados que o país comunica.
A UE planeja liberar o ingresso no bloco de cidadãos de outros países a partir de 1º de julho, desde que a situação da pandemia nesses países não esteja pior do que na UE.
A tendência de novas infecções também é crucial para o critério do ingresso livre, podendo apresentar queda ou no mínimo estável, conforme a maneira que o país lidou com a pandemia.
O número de novos casos por 100 mil habitantes em duas semanas seja inferior a 16 é o principal ponto que define o ingresso livre. Viajantes que vem dos Estados Unidos, do Brasil, da Arábia Saudita ou da Rússia só poderá fazê-lo em caso de comprovada necessidade.
O Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças, a autoridade de saúde da UE, atribui ao Brasil uma taxa atual de novas infecções por 100 mil habitantes no período de duas semanas superior a 120.
De acordo com a AFP, a lista dos países com ingresso liberado inclui 18 nações, e os países da UE devem comunicar a Bruxelas até a noite deste sábado se concordam com ela. Uma decisão final é esperada para segunda-feira.
A lista deverá ser atualizada a cada duas semanas em resposta à situação nos países estrangeiros.
Conteúdo: Deutsche Welle
Foto: Jorge Delgado/Reuters