Agentes da Polícia Federal (PF), em uma nova fase da operação Lava Jato, cumprem mandados de busca e apreensão contra escritórios de advocacia no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. A operação foi autorizada pelo juiz Marcelo Bretas, que coordena os processos da operação Lava Jato no Rio.
Os escritórios teriam sido usados em operações de lavagem de dinheiro e desvios de recursos do Serviço Social do Comércio (Sesc RJ), do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac RJ) e da Federação do Comércio (Fecomércio/RJ). Conforme investigações, os recursos desviados teriam sido usados para influenciar decisões no STJ e no TCU.
Entre os alvos da ação estão os escritórios de Frederick Wassef, ex-advogado da família Bolsonaro, e Cristiano Zanin e Roberto Teixeira, atuais advogados do ex-presidente Lula. A operação é baseada na delação do empresário Orlando Diniz.
Operação ‘E$quema S’
Sendo um desdobramento da Operação Lava Jato, o E$quema S começou a partir da Operação Jabuti, de 2018, e também usa informações de delação premiada do ex-presidente da Fecomércio/RJ Orlando Diniz.
Segundo o MPF, dos R$ 355 milhões gastos a pretexto de serviços advocatícios supostamente prestados à entidade, entre 2012 e 2018, ao menos R$ 151 milhões foram desviados em esquema que envolveria Diniz, Marcelo Almeida, Roberto Teixeira, Cristiano Zanin, Fernando Hargreaves, Vladimir Spíndola, Ana Tereza Basílio, José Roberto Sampaio, Eduardo Martins, Sérgio Cabral e Adriana Ancelmo. Os 11 foram denunciados por organização criminosa.
O esquema também envolvia o uso de contratos falsos com escritórios dos acusados ou de terceiros por eles indicados, em que serviços advocatícios declarados não eram prestados, mas remunerados por elevados honorários por essas entidades representativas do comércio fluminense.
As investigações apontam que as instituições destinaram mais de 50% de seu orçamento anual a contratos de escritórios de advocacia.
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Foto: Arquivo/ Agência Brasil