O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não participou da conversa, e outros dirigentes esperam que Tatto faça um gesto em favor de Guilherme Boulos (PSOL).
O caminho defendido é que Tatto não desista formalmente de sua candidatura, até porque não é mais possível tirar o nome da urna eletrônica, mas recomende o voto no postulante do PSOL.
Essa solução também evitaria que os candidatos a vereador do PT ficassem sem o vínculo com uma chapa da disputa para prefeito.
Todos avaliam, porém, que a decisão de apoiar Boulos tem que partir do candidato. De acordo com dirigentes, Lula resolveu não intervir diretamente, mas deixou claro em conversas ao longo desta terça-feira que espera isso de Tatto diante do seu mau desempenho nas pesquisas de intenção de voto.
A declaração em favor de Boulos, avaliam petistas, poderia criar um fato político para levar o candidato do PSOL para o segundo turno.
Tatto foi procurado no final da noite para comentar como recebeu a pressão dos dirigentes petistas, mas não respondeu. Lideranças da legenda relatam que o candidato vinha resistindo de forma dura a qualquer sugestão de retirada da chapa.
Além de Gleisi, o presidente do PT de São Paulo, Luiz Marinho, também participou da reunião na noite desta terça-feira.
A assessoria do candidato só divulgou a agenda das atividades da campanha desta quarta-feira às 23h50. Estão previstas uma entrevista para rádio, uma carreata e um debate promovido pela TV dos Trabalhadores.
Pesquisa do Ibope divulgada na segunda-feira mostra Boulos numericamente em segundo lugar, com 13% das intenções de voto. Celso Russomanno (Republicanos) tem 12% e Márcio França (PSB), 10%. Tatto tem apenas 6%. Bruno Covas lidera de forma isolada com 32%.
Conteúdo: O Globo
Foto: Pensar Piauí