abril 19, 2024 23:45

Invasão de garimpeiros no rio Madeira tem repercussão entre deputados na Aleam

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A invasão de garimpeiros para exploração ilegal  de ouro na calha do Rio Madeira, próximo à comunidade de Rosário, no município de Autazes (a 113 quilômetros de Manaus), repercutiu nesta quinta-feira, 25, na sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). O deputado Serafim Corrêa (PSB) foi o primeiro a usar a tribuna para criticar a falta de controle do governo federal na Amazônia e os danos que os garimpos ilegais estão causando ao meio ambiente no Amazonas.

Antes do seu pronunciamento, Serafim Corrêa pediu que fossem exibidas as fotos e os vídeos da invasão das dragas, que formaram uma “vila flutuante”, nas proximidades de Autazes. As imagens tiveram repercussão negativa para o Brasil, diante da opinião pública mundial.

“Essas fotos são do rio Madeira e da quantidade de balsas que se encontram no leito daquele rio, nas proximidades de Autazes e Nova Olinda, para extrair ouro, e retratam um desastre ambiental que foi cantado em prosa e verso há algum tempo e, lamentavelmente, o Estado brasileiro, valendo para o governo federal, estadual e municipal e Ministério Público Federal e estadual, enfim, todos os órgãos de controle falharam. As fotos estão em todos os jornais do mundo e mais uma vez o Brasil sai muito mal”,  alfinetou.

O parlamentar afirmou, ainda, que ao término da construção das hidrelétricas no rio Madeira, de Santo Antônio e Girau, em Rondônia, os trabalhadores sabiam que tinha ouro no fundo do rio e começaram a se organizar para efetuar a exploração do minério.

“Em 2018 houve uma repressão e a reação dos garimpeiros foi violenta na sede do Ibama, em Humaitá. A partir de 2019, foi um desastre para o Brasil em termos de meio ambiente com o atual governo e Ricardo Salles no ministério. Todos estão lembrados daquela reunião, em abril, quando foi dito para aproveitarmos a pandemia para fazer a ‘boiada passar’. Aí está o resultado da política equivocada de Salles que foi deixar sem fiscalização os rios da Amazônia. Isso é o resultado da ausência do Estado brasileiro”, criticou.

Serafim ainda disse que o mercúrio usado pelos garimpeiros está contaminando os rios e os peixes que são consumidos pelos ribeirinhos e pela população do Amazonas. “O nosso caboclo come o peixe e fica doente e o rio vai se degradando e nós, que somos os donos da Amazônia, estamos destruindo um patrimônio incalculável pela omissão do governo brasileiro”, ressaltou.

Plano estratégico

Na esteira do colega, o deputado Angelus Figueira (DC) se manifestou contra os garimpos ilegais. “Esse tema é da maior importância e gostaria de analisar a questão a partir de um contexto interiorano e histórico. Venho mostrando o quanto nós retrocedemos e inviabilizamos o interior, que ficou sem perspectivas. Acompanhamos a corrida do ouro no Estado que tem a maior reserva ambiental de desenvolvimento sustentável de todo o planeta”, alertou.

O parlamentar afirmou, ainda, que o homem do interior contempla a questão dos recursos minerais que ele soube preservar. “Não podemos aceitar o que está acontecendo agora no Madeira e isso vem acontecendo há muito tempo. Precisa haver governança e um plano estratégico de desenvolvimento. A juta acabou. Manacapuru tinha centenas de serrarias que geravam empregos para famílias e acabou. Tínhamos o pescado forte e hoje comemos peixes de outros Estados. Isso vem se agravando nos últimos 30 anos e ‘ai desse Estado’ senão fosse a Zona Franca de Manaus”, enfatizou.

O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) informou, em nota, que atividades de exploração mineral na calha do rio Madeira não estão licenciadas. Portanto, se existem, de fato, são irregulares.

 

 

Augusto Costa, para O Poder

Foto: Silas Laurentino

Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins

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