Em entrevista por telefone à rádio Diário FM, na manhã desta sexta-feira, 27, o candidato a prefeito de Manaus, Amazonino Mendes (Podemos), falou sobre suas propostas caso seja eleito e como pretende combater a Covid-19. Explicou também sobre a confusão com o adversário David Almeida (Avante), nos bastidores da TV Norte, falou sobre o desemprego e prometeu um tratamento diferenciado aos servidores públicos municipais.
No melhor estilo “Negão” de fazer política, alfinetou o atual governador Wilson Lima (PSC) ao dizer que se ele fosse o governador do Amazonas, menos pessoas teriam morrido infectadas pelo novo coronavírus. No final da entrevista Amazonino criticou a postura dos adversários políticos nessa campanha e a discriminação às pessoas da terceira idade.
A primeira pergunta feita pelo apresentador do programa, radialista Patrick Mota, foi sobre a confusão envolvendo os dois candidatos a prefeito nos bastidores do debate da TV Norte.
Em resposta, Amazonino disse que foi um “espetáculo lamentável” e que seu adversário, David Almeida, perdeu o equilíbrio. “Quando praticamente terminou o debate ele se virou pra mim e disse você pegou pesado. Eu disse: olha, o problema é que você mente demais ai ele ficou realmente transtornado começou a me chamar de ladrão e virou-se para o meu marqueteiro que estava do lado que era o Martinelli e disse o culpado é você Martinelli. Ai veio aquele espetáculo horrível dizendo que iria encher ele de porrada, que ele não iria sair de Manaus se publicasse, ameaçou de morte. Eu realmente fiquei assustado. Não imaginava nunca que ele fosse tão violento assim. Ele é magro, atleta, se gaba de correr e eu fiquei estatelado e lamentando internamente a que nível está chegando o nosso processo político”, afirmou.
Amazonino ainda afirmou durante a entrevista que foi para o debate com o propósito de alertar o povo e demonstrar que David Almeida é o candidato do atual governador ao continuar falando das ameaças que sofreu .
“Eu estou acusado de velho tenho a obrigação de ser prudente. Se eu reagisse a essa provocação violenta só Deus sabe o que podia acontecer lesões corporais leves ou graves, um espetáculo para o Brasil inteiro lamentar. Eu fui para o debate com o propósito de alertar o povo e demonstrar que ele era o candidato do atual governador. Eu sei que ele é e está escondendo isso. Não é proibido de receber apoio de quem quer que seja, mas o povo tem o direito de saber. Tenho certeza que ele está usando a máquina e tenho provas e já exibi”, alfinetou.
Coronavírus
Ao ser questionado em relação a pandemia do coronavírus, Amazonino falou qual será a sua estratégia para minimizar a eventual segunda onda da doença e quais medidas vai adotar para evitar surto de doenças transmissíveis. O candidato adiantou que em sua gestão caso seja eleito não haverá lockdown, pois a medida afeta diretamente a geração de empregos.
“Primeiramente estou muito preocupado com a questão do desemprego. Manaus é a cidade que tem o maior índice de desemprego no Brasil. Aqui estamos com 18,5% e a média nacional é 13,5%. No fundo o que o pessoal está preocupado se a gente vai combater isso com o lockdown, fechar comércio. Não é assim. Porque estamos muito pobres, as pessoas estão passando fome e vai chegar no final do ano o governo federal vai deixar de pagar o beneficio dos R$ 600 e vai ser um Deus nos acuda em todo o país”, prevê.
O candidato acrescentou, ainda, que seu compromisso é sério e não “igual ao do Wilson Lima”. “Se eu tivesse sido governador e não ele, com certeza teria morrido menos gente. O Amazonas teria suprido mais. Eu sou o homem que mais trabalhou em saúde pública e nunca houve escândalo comigo em saúde pública”, destacou.
Renda Manaus
Amazonino reiterou o compromisso de criação do Renda Manaus, no valor de R$ 300 mensais para 137 mil pessoas que deixarão de receber o auxílio emergencial do governo federal já a partir do início do ano.
Um dos diferenciais da proposta dele é que o benefício será por quatro anos, durante todo o mandato, e não apenas emergencialmente. E atenderá as pessoas cadastradas no Programa Bolsa Família, por isso, não precisará fazer um novo levantamento, agilizando assim o início do pagamento.
Servidor público
Ao ser questionado como será a sua gestão junto aos funcionários públicos municipais. Amazonino foi enfático e disse que sempre os funcionários públicos em suas gestões no governo do Estado e Prefeitura tiveram reajuste da data base, além de serem tratados com respeito.
“Não tem novidades já me conhecem. Serei como sempre fui. Até agora quando passei rapidamente pelo governo eu sucedi o seu David Almeida que era o governador de plantão. Ele não deu nenhuma data base e eu dei dos três anos que não tinham dado data base para a saúde, educação e segurança. O meu adversário (David Almeida) tem dito que fez promoções na Polícia Militar e eu fico rindo. Ele que gosta muito de dizer. Só de uma vez eu promovi 6 mil policias militares dei aumento a Polícia Civil, valorizei o servidor. Esse tratamento é natural quando eu governo. Vou dizer para quem está me ouvindo que meu governo para o servidor público eu sou pai, não sou padrasto”, disse.
Ao final da entrevista, Amazonino rechaçou o preconceito aos idosos, expresso pelos seus adversários, na campanha deste ano. Ele, que tem 81 anos, reafirmou que os idosos, ao contrário do que foi pregado por seus opositores, são pessoas iluminadas pela experiência e com capacidade intelectual.
“Eu gostaria de contribuir para reduzir, amenizar o estrago desonesto, desigual, impiedoso, irresponsável, que foi feito nesta campanha contra os nossos velhos. Isso dói, porque é como se não tivessem direito à vida, como se tivessem que se recolher”, concluiu.
Augusto Costa, para O Poder
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