Nesta sexta-feira, 22, a China anunciou uma série de medidas para revitalizar sua economia em decorrência da crise ocasionada pela pandemia do novo coronavírus, mesmo pela primeira vez não tenha determinado uma meta de crescimento.
Sendo o primeiro no mundo a ser afetado pela Covid-19, o país conseguiu controlar a pandemia em seu território, no entanto, as consequências econômicas serão imprevisíveis e duradouras.
Na abertura da sessão anual do Parlamento, pela primeira vez, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, não determinou uma meta de crescimento específica, quebrando uma tradição do regime comunista.
“Nosso país enfrentará certos fatores difíceis de prever” por causa da pandemia de COVID-19 que paralisa o planeta e sobrecarrega a economia mundial, declarou Li em discurso no Palácio do Povo de Pequim.
Além disso, o primeiro-ministro ainda afirmou que o país “enfrenta desafios sem precedentes em seu desenvolvimento e que ainda vão durar algum tempo”.
PIB
O Produto Interno Bruto (PIB) da China afundou no primeiro trimestre (-6,8%), pela primeira vez na história moderna, em decorrência do vírus. A pandemia paralisou quase completamente a atividade econômica no país.
O crescimento já havia caído no ano passado para 6,1%, seu pior resultado em quase 30 anos, coincidindo com a guerra comercial com os Estados Unidos.
Mesmo com a retomada gradual das atividades, as empresas não conseguem recuperar a demanda, em um contexto em que seus principais clientes, na Europa e na América do Norte, estão paralisados pelo vírus e em que o consumo doméstico está diminuindo.
Para apoiar a economia, o Estado deixou seu déficit crescer até 3,6% do PIB (comparado a 2,8% no ano passado). O déficit aumentará em 1 bilhão de iuanes (128 bilhões de euros), segundo Li.
Investimentos
O primeiro-ministro anunciou um trilhão de iuanes de títulos de dívida específicos (“coronabonds”) para responder à pandemia.
Este total de dois trilhões de iuanes (256 bilhões de euros) apoiará o emprego e será destinado exclusivamente às administrações locais, para que priorizem o emprego.
O primeiro-ministro também anunciou um grande plano de investimento em infraestruturas do “futuro” no valor de 3,75 trilhões de iuanes (481 bilhões de euros), que inclui a implantação da Internet móvel 5G.
Conteúdo: AFP
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