novembro 23, 2024 00:19

CPI da Saúde discorda de dados oficiais e diz que Hospital Nilton Lins atendeu somente 388 pacientes

O Hospital de Campanha Nilton Lins, que foi desativado na semana passada pelo governo do Estado, foi tema de debate da reunião da CPI da Saúde desta segunda-feira, 20. De acordo com o presidente do colegiado, deputado Péricles (PSL), a unidade hospitalar não atendeu 1,8 mil pacientes no auge da pandemia do novo coronavírus no Amazonas, conforme divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (Susam). Segundo ele, pelos dados obtidos pela comissão, este número foi de apenas 388 pacientes nos três meses de funcionamento do hospital.

“Os membros da CPI foram, por duas oportunidades, fazer inspeção no Hospital Nilton Lins (…) sabemos que lá foram atendidos 388 pacientes até a sua desativação. Nos assustou na sexta-feira a informação que o governo anunciou que foram atendidos 1.800 pessoas e isso não condiz com a verdade. Sabemos que tem muitas irregularidades lá em relação a prestação de serviços, processos indenizatórios que estão suspensos. A população toda queria que tivessem sido atendidos 1.800 pacientes lá, mas infelizmente por falta de gestão não foi possível”, disparou.

O deputado Wilker Barreto (Podemos) sugeriu um requerimento verbal para que o secretário interino de Estado de Saúde, Marcellus Campêlo, explique o que significa os 1.800 “procedimentos” divulgados pela Susam.

Sem documentos

Péricles ainda citou que os documentos prometidos em oitiva pela jornalista Carla Polakke e do procurador da Norte Serviços, Carlos Henrique, que ficou de enviar a placa do caminhão da empresa que supostamente teria feito o transporte das 44 toneladas de roupas lavadas pela empresa, ainda não foram enviados a comissão.

Ele adiantou que a equipe jurídica da CPI vai tomar as medidas cabíveis para que estes documentos cheguem à comissão.

Uma inspeção técnica no Hospital Delphina Aziz também está sendo definida pela CPI da Saúde prevista para acontecer dentro de duas semanas.

Próximos depoimentos

Na próxima quarta-feira, 22, a CPI vai ouvir em depoimento a proprietária da empresa Norte Serviços Médicos, Criselidea Bezerra de Moraes, no caso da lavanderia que afirma ter lavado 44 toneladas de roupas em 13 dias do Hospital de Campanha Nilton Lins.

Agendado para às 15h, o depoimento será feito por meio de videoconferência, pois a depoente possui problemas de saúde. Na quinta-feira, 23, ainda será ouvido o ex-proprietário da empresa, Vitor Vilhena Gonçalo da Silva.

Ainda foram remarcados na reunião de hoje para a próxima segunda-feira, 27, às 15h, o depoimento do representante legal da empresa Mediplus Serviços Médicos e está sendo definido o depoimento do representante da empresa WF Control Apoio a Gestão de Saúde e Atividades Empresarias Ltda.

 

 

Augusto Costa, para O Poder

Foto: Divulgação

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