dezembro 21, 2024 12:35

Sessão da CMM é marcada por discussão e ‘bate-boca’ entre vereadores

A Sessão Plenária da Câmara Municipal de Manaus (CMM) nesta segunda-feira, 27, foi marcada por discussão e “bate-boca” entre vereadores. Lissandro Breval (Avante) e Rodrigo Guedes (PSC) iniciaram a “troca de farpas” após algumas postagens feitas nas redes sociais. Já Amom Mandel (sem partido) sentiu-se ofendido com o discurso de Sassá da Construção Civil (PT). O respeito entre os edis foi pedido em quase todos os discursos do Pequeno Expediente.

“O vereador Rodrigo Guedes fez uma postagem e criou várias polêmicas. Eu queria colocar meu ponto de vista já que isso foi amplamente debatido, exposto e colocado propositalmente nas redes sociais. Acho muito feio a política do ‘vale tudo’, do ‘toma lá dá cá’ e de atacar colegas, vereador Rodrigo”, disse Breval. “Não me senti atingido, mas gostaria de colocar meu ponto de vista e a premissa tem que ser o respeito. Uma vez que você é agente político e fala negativamente dos políticos é, sim, uma falta de respeito. Inclusive, está previsto um decoro parlamentar”, completou.

O parlamentar ressaltou que é comum haver divergências no Parlamento mas que “a discussão deve ser no campo do respeito”.

Já Sassá da Construção Civil discursou sobre o trabalho do vereador Amon Mandel no município e sobre a agenda cumprida na última semana. Para Sassá, Mandel “está mostrando para o povo que está querendo trabalhar” quando participa de eventos com a presença de autoridades ou fiscaliza obras incompletas.

“Esse que é o papel do vereador: cobrar e fiscalizar. Então, lendo aqui, vereador Amom, você que gosta muito de ler, o papel do vereador não é fiscalizar colegas, é fiscalizar obras, ajudar ao próximo e garantir benefícios a todos. Respeito muito o trabalho do Rodrigo Guedes. Jamais vou perseguir colegas. O povo quer que nós fiscalizemos e cobre por eles. Cada um tem que respeitar as pessoas”, afirmou Sassá.

“Eu falei aqui um dia e vou falar de novo: eu não sou vereador de gabinete. Vereador tem que estar na rua. É muito fácil criticar o colega e não ‘meter o pé da lama’. Dos 41 vereadores, tem muitos que vejo na rua. Tem vereador que só fala mal de colega, isso é papel de ‘mariquinha’, de quem não tem trabalho”, criticou o petista.

O parlamentar não citou nomes em sua acusação e mandou o povo descobrir. Além disso chamou de “falso e sem caráter” quem fala mal dos parlamentares. “Eu fui eleito com votos conquistados e não comprando votos. Aqui é uma família, mexeu com vocês, mexeu comigo. Se você acusar um colega sem provas, dá cassação. Então, vamos tomar cuidado com o que fala”, avisou após “falar mal” de um colega na tribuna.

Defesa 

Tanto Rodrigo Guedes quanto Amom Mandel invocaram o artigo 142 do Regimento Interno, que dá a oportunidade de se defenderem no Pequeno Expediente. O pedido irritou o presidente da Sessão, Wallace Oliveira (Pros), que disse não considerar ofensa nas falas.  Porém, após ser refutado por Mendel, acabou concedendo os dois comunicados parlamentares.

“Fico muito ‘tocado’ pelo vereador sempre preocupado em defender a classe política. No vídeo, está escrito ‘a maioria dos políticos’. No dia 14 de setembro, quando falei pela primeira vez que me posicionei contra o Anexo II, o vereador me chamou de ‘oportunista’. Não precisou nem citar nome porque somente eu tinha me pronunciado. Quando foi tocado no grupo dos vereadores sobre a questão dos ônibus, ele falou que eu queria ’15 minutos de fama’. Eu nunca nem citei. O vereador fala de respeito, mas não sabe respeitar”, rebateu Rodrigo Guedes. “Para exigir respeito, Vossa Excelência deveria respeitar. Para atacar, Vossa Excelência é rápido no gatilho. Falou agora, falou em dois outros dias. Mas para exigir respeito, tem que respeitar primeiro”, finalizou.

A fala de Rodrigo Guedes deixou Wallace Oliveira “bravo”. “Vossa Excelência tratou de parte da ofensa. Tem que se posicionar de forma correta e incisiva dentro do tema: a ofensa que aconteceu. A condição é na ofensa”, corrigiu. Depois, Oliveira passou a palavra para Amom Mandel.

“Ao ser citado nominalmente num contexto em que entendi que o vereador Sassá se referiu a mim como se estivesse me posicionando de modo errado, gostaria de esclarecer que as acusações não estão corretas. E que tome mais cuidado ao citar meu nome”, disse.

O parlamentar pediu a todos que leiam o artigo 31 da Constituição Federal, em que fala que o Município não é somente a Prefeitura, mas se refere ao Poder Executivo Municipal e as Câmaras municipais. E que baseia suas ações nesse artigo e no  Art.24 da Lei Orgânica Município (Loman). “Nós precisamos arrumar a Casa e dar exemplo”, disse.

Sassá defendeu-se e negou que tenha acusado Amom de algo. Ao fim da discussão, a Sessão prosseguiu normalmente.

 

Priscila Rosas, para O Poder 

Foto: Robervaldo Rocha/CMM 

Edição e Revisão: Alyne Araújo e Henderson Martins

 

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