setembro 22, 2024 11:25

“Negligência”, desabafa mulher que perdeu bebê durante parto na maternidade de Roraima

Roraima – A auxiliar de serviços gerais Irislene Neres Rodrigues, de 26 anos, perdeu o bebê durante o parto no Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Nazaré, de responsabilidade do Governo de Roraima. A mãe alega negligência médica e vai procurar os direitos na Justiça.

Em entrevista ao O Poder na tarde desta quinta-feira, 21, ela, muito abalada, relatou que estava com 39 semanas de gestação e ao chegar à maternidade, ocorreu uma série de situações desagradáveis, inclusive a falta de cuidado por parte dos profissionais, que começou desde a entrada.

No último dia 10, ao sentir um sangramento, foi à maternidade em busca de atendimento. Porém, foi mandada de volta para casa sob alegação dos profissionais de que ainda “não tinha dilatado”.

Porém, o sangramento continuou e no quarto dia, quinta-feira, dia 14, por volta das 9h da manhã, Irislene voltou à maternidade, pois estava com receio de ter complicações no parto. Ela lembra que além do forte sangramento, escorria líquido. Mesmo nessas condições, passou mais de 3h para começar ser atendida.

“Ao ser atendida, eu disse que não estava sentindo dores fortes, somente cólica. Então, fizeram o toque e o médico disse que estava com três centímetros. Eu ouvi o coração da neném, estava em 140 o batimento. Eles falaram que eu iria ser internada e passaram uma ultrassom. Nesse momento, fui para um corredor aguardar por horas a boa vontade deles me atenderem”, lamentou.

Em seguida, a auxiliar de serviços gerais foi novamente examinada por uma médica, que constatou pouca quantidade de líquido na placenta. “Nessa hora ao invés deles me levarem logo para a sala de cirurgia, não, me mandaram de volta para aguardar o dia todo em uma poltrona até o médico chegar para fazer a minha cirurgia. Quando ele chegou já foi espantado dizendo: você vai para cesárea, seu bebê está com variação, o sangue não está circulando direito”, lembrou, chorando.

Ao chegar na sala para a realização da cesárea, por volta das 20h do dia 14, Irislene lembra que houve outra demora. “Eles estavam discutindo na minha frente porque um deles colocou errado a sonda. Depois ficaram conversando sobre quem seria exonerado e outros assuntos aleatórios. Além disso, demorou até o anestesista chegar. Quando finalmente foram fazer o parto, meu bebê saiu morto”, lamentou.

Para Irislene, o atendimento na maternidade tem que ser humanizado com mais respeito pelas pessoas que vão à unidade de saúde e que, na maioria das vezes, se encontram vulneráveis.

“O atendimento lá é horrível. Não era só eu. Tinha uma mulher lá com oito dias esperando para se submeter a uma cirurgia. Eles querem porque querem que a mulher esteja normal. Eles têm que entender que estão lidando com vidas, ninguém tem de esperar por nada não”, disse, ao acrescentar que já está acionando um advogado para entrar na Justiça contra o Estado.

Sem resposta

Procurado pela reportagem, o Governo de Roraima não se manifestou sobre o caso até a publicação da matéria.

 

 

Anderson Soares, para O Poder

Foto: Divulgação

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