O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisou intervir a fim de “costurar” acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para que a MP da Esplanada fosse votada e aprovada na noite de quarta-feira (31). A matéria deve ser apreciada no Senado até esta quinta-feira (1º), mas foi uma vitória suada – que evitou a perda de 17 ministérios e o retorno à configuração deixada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A MP 1.154/2023, enfim, conseguiu a aprovação no fim da noite, com 337 votos pelo “sim”, 125 pelo “não” e 1 abstenção.
Lula e Lira tiveram uma conversa. Nos bastidores, sabe-se que o presidente da Câmara pediu o comando do Ministério da Saúde, além das pastas geridas pelo União Brasil: os ministérios das Comunicações, do Turismo e da Integração.
O MDB, por sua vez, pressiona pelo Ministério da Agricultura, hoje com o PSD. O governo também se comprometeu com a liberação de emendas – nesta quarta-feira, disponibilizou mais de R$ 1,7 bilhão – e a aceleração no processo de nomeação e definição de cargos ainda não nomeados.
Segundo apuração do colunista Igor Gadelha, do Metrópoles, o presidente Lula também mandou seus ministros acelerarem a liberação de cargos no segundo e terceiro escalões. Ele cogita fazer uma reforma para entregar ministérios a siglas como Republicanos e PP, que não estão no governo hoje, e redistribuir as pastas do União Brasil.
Lira e líderes partidários não alinhados com o governo estão em uma ofensiva para aumentar seu poder de barganha com o Executivo. Isso deixa na mira os auxiliares de Lula que cuidam da relação com o Congresso e têm a responsabilidade de articular.
Estão sob pressão cada vez maior os ministros Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais, e Rui Costa, da Casa Civil. Sobra ainda para o ministro Paulo Pimenta, que chefia a Secretaria de Comunicação do Planalto. Ele, porém, é pressionado não por políticos independentes, mas por aliados do governo, como o deputado federal André Janones (Avante-MG).
Veja como orientaram os partidos e blocos sobre a aprovação da MP 1.154/2023, a chamada MP da Esplanada:
Governo: sim;
Oposição: não;
PT-PCdoB-PV: sim;
PL: não;
Bloco União Brasil, PP, PSB, PDT, federação PSDB-Cidadania, Avante, Patriota e Solidariedade: sim;
Bloco Podemos, MDB, PSD e Republicanos: sim;
Novo: não;
Maioria: sim;
Minoria: não.
Da Redação, com informações do Metrópoles
Foto: Divulgação