dezembro 13, 2024 23:00

Franceses comparecem às urnas para eleições municipais sob a ameaça do coronavírus

Os franceses comparecem às urnas neste domingo,15, para eleições municipais, uma votação que acontece em um cenário inédito e em meio a medidas extraordinárias para conter a propagação do coronavírus, que ameaça disparar o índice de abstenção.

Apesar do fechamento de centros de ensino, restaurantes e estabelecimentos comerciais não indispensáveis, a França decidiu, contra todos os prognósticos, manter as eleições municipais para “assegurar a continuidade da vida democrática e das instituições”.

“Não há nada que impeça os franceses, inclusive os mais vulneráveis, de comparecer às urnas”, declarou na quinta-feira^,12, o presidente do país, Emannuel Macron, que afirmou ter consultado cientistas sobre o tema.

As autoridades do país, um dos principais focos europeus do coronavírus, com 4.500 infectados e 91 mortes, adotaram uma série de normas para as eleições.

Antes de entrar no local de votação, os eleitores devem higienizar as mãos. Todos receberam a recomendação de levar a própria caneta até a cabine.

Os eleitores devem manter uma distância de segurança de um metro entre eles durante cada etapa do voto. Os mesários receberam álcool gel e luvas para sua proteção.

Mas não é possível saber se estas medidas serão suficientes para convencer os quase 48 milhões de eleitores a sair de casa.

Em períodos normais, as eleições municipais atraem cada vez menos franceses (63,5% de participação em 2014). Uma pesquisa mostrou que um terço da população considerava um “risco elevado” votar neste domingo.

O imunologista Jean-Francois Delfraissy, presidente do Conselho Científico sobre o coronavírus na França, insistiu que o risco de votar não é maior que o de “fazer compras”.

A incerteza é ainda maior para o segundo turno, previsto para o próximo domingo (22), sobretudo quando se leva em consideração a rápida propagação da epidemia no país, onde número de casos dobrou nas últimas 72 horas.

Medidas contra o Covid-19
Depois de determinar o fechamento de estabelecimentos comerciais não essenciais, a França começará a reduzir os serviços de avião, trem e ônibus entre as cidades a partir deste domingo. O ministro dos Transportes, Jean-Baptiste Djebbari, afirmou que o número de trens de longa distância seria reduzido pela metade enquanto vários terminais do aeroporto de Paris seriam fechados.
Foto: Eric Gaillard/Reuters

No sábado, o governo determinou que todos os estabelecimentos públicos não essenciais, como bares, restaurantes e cinemas, fiquem fechados. Serviços fundamentais, como supermercados, farmácias, postos de gasolina e bancos, poderão continuar funcionando.

 

Fonte: France Presse

Foto: Eric Gaillard/Reuters

 

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