A Defensoria Pública do Rio de Janeiro (DPRJ) e o Ministério Público estadual (MPRJ) alertaram sobre o sistema de saúde da cidade apresentar 93,3% dos leitos de unidades de terapias intensivas (UTIs) ocupados e teme um colapso muito em breve.
O alerta em conjunto busca considerar uma ação coletiva para que medidas emergenciais sejam tomadas imediatamente.
Na ação, as instituições solicitam o desbloqueio de 155 dos 287 leitos destinados aos pacientes com o novo coronavírus na capital, conforme previsto no Plano de Contingência à Covid-19, além disso, também é pedido que sejam mantidas as medidas de distanciamento social até que todos os leitos estejam funcionando.
Segundo o estudo realizado na última sexta-feira, 17, pela plataforma do Sistema de Regulação (Sisreg), o governo do estado e a prefeitura destinaram ao município 749 leitos de UTI para tratamento do covid-19, incluindo hospitais de campanha que ainda não foram inaugurados.
“Neste momento, em que se aproxima o pico da epidemia, é fundamental que todos os leitos de UTI, programados pelos próprios gestores para o tratamento digno da população, estejam em pleno funcionamento, sobretudo porque não há possibilidade de escoamento desses pacientes na rede existente, já notoriamente deficitária em leitos intensivos”, disse a coordenadora de Saúde e Tutela Coletiva da DPRJ, Thaisa Guerreiro, reforçando que, do total de leitos, 287 são de hospitais estaduais e municipais da cidade e 155 deles ainda não entraram em operação.
Inoperantes
A defensoria destaca que 61 leitos estão inoperantes no Hospital Estadual Anchieta, oito no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, 71 no Hospital Universitário Pedro Ernesto e cinco no Instituto Estadual do Cérebro.
No Hospital das Clínicas (IESS) não foram identificados os 10 leitos previstos no plano de contingência.
Ocupação
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), nas unidades da rede estadual, 60% dos leitos de enfermaria e 74% de UTI estão ocupados.
Nas unidades destinadas ao tratamento de pacientes com coronavírus, segundo a secretaria, as taxas de ocupação estão em 90,9% dos leitos de UTI no Instituto Estadual do Cérebro, 42,8% de UTI e 42,6% de enfermaria no Hospital Estadual Anchieta, 66,6% de UTI e 30% de enfermaria no Hospital Universitário Pedro Ernesto; e 44,3% de UTI e 55,4% de enfermaria no Hospital Regional do Médio Paraíba.
Novos leitos
Ainda de acordo com a secretaria, foram abertos 548 novos leitos destinados aos pacientes com covid-19 em todo o estado. O objetivo é disponibilizar na capital, na Região Metropolitana e no interior um total de 3.414 leitos, sendo 2.000 em hospitais de campanha.
No caso dos hospitais privados, junto as redes pública, federal e privada somam 32 mil leitos de enfermaria e 6.500 leitos de terapia intensiva no estado.
Prefeitura
A Secretaria Municipal de Saúde declarou que trabalha para abrir novos leitos de unidade de terapia intensiva para casos de covid-19, porém, ainda depende de 806 equipamentos que a prefeitura adquiriu antes da pandemia, com a previsão de chegada entre os dias 27 de abril e 27 de maio.
Até o momento, foram abertos 315 leitos exclusivos para atendimento aos pacientes de covid-19, destes, 109 são de UTI.
No fim de semana, a prefeitura anunciou a abertura de mais 16 leitos no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, sendo cinco de UTI.
No domingo, 19, o hospital de campanha do Riocentro ficou pronto e dispõe de 400 leitos de clínica médica e 100 de UTI, porém, a unidade só irá receber os pacientes assim que a ocupação dos leitos no Ronaldo Gazolla atingir 70%.
Contratação
A Secretaria de Saúde está contratando profissionais para atendimento nas unidades de referência para a covid-19. São 1.049 vagas para as especialidades de intensivista, intensivista pediátrico, infectologista e clínico geral. O salário chega a R$ 15.693,95, de acordo com a especialidade e a carga horária, mais os benefícios.
A inscrição para o processo seletivo simplificado pode ser feito pelo site da prefeitura.
Conteúdo: Agência Brasil
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