julho 8, 2025 00:23

‘Exemplo contra o abuso de autoridade’, diz Beto Simonetti sobre condenação de Marcelo Bretas

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti, afirmou que a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de aplicar pena de aposentadoria compulsória ao juiz Federal Marcelo Bretas é “um bom exemplo contra o abuso de autoridade”. Ele lembrou que “a OAB se manteve, por todo o tempo, ao lado das prerrogativas da advocacia e da lei”.

“A OAB trabalhou muito para que os desvios e irregularidades praticados contra a advocacia e a sociedade brasileira não ficassem impunes e, hoje, estamos colhendo esse resultado”, afirmou.

O vice-presidente nacional e presidente em exercício da Ordem, Felipe Sarmento, diz que a decisão do CNJ “reafirma as prerrogativas da advocacia como essenciais para o Estado Democrático de Direito e assegura a punição correta ao violador, após o devido processo e com ampla defesa”.

Aposentadoria compulsória

O plenário do CNJ aplicou a pena de aposentadoria compulsória ao juiz Federal Marcelo Bretas, do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª região, por irregularidades em sua atuação nos processos da Operação Lava Jato. A decisão foi tomada nessa terça-feira, 3, durante a 8ª Sessão Ordinária de 2025, realizada na sede do CNJ, em Brasília.

Os três procedimentos administrativos disciplinares analisados apontaram suspeitas de parcialidade em decisões de busca e apreensão em endereços de advogados, tratamento privilegiado a profissionais da advocacia com concessão de acesso a informações sigilosas e interferência junto à PF, além de condutas que teriam influenciado nas eleições de 2018 e irregularidades processuais diversas.

Bretas esteve à frente da 7ª vara Federal do Rio de Janeiro/RJ entre 2015 e 2023, período em que as práticas foram registradas.

Segundo o conselheiro José Rotondano, relator dos três processos, as provas evidenciaram que o juiz atuou como acusador, desviando-se de sua função de julgador para buscar notoriedade. “Assumiu um papel de acusador, usando o processo penal para se promover e buscar protagonismo”, afirmou.

O relator ainda destacou que, com o avanço da Lava Jato, Bretas teria adotado estratégias para se consolidar como figura pública, buscando “atrair a atenção da mídia/sociedade e mostrar uma indevida proximidade com detentores de poder em eventos públicos”. Para Rotondano, havia “um mosaico de condutas interligadas”, com elementos de abusividade, parcialidade e ilegalidade processual.

Diante do conjunto das infrações, o conselheiro propôs a aposentadoria compulsória nos três processos, o que foi acatado pelo plenário do CNJ.

 

 

Com informações do Portal Migalhas

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