novembro 27, 2024 07:45

Desabastecimento de aço prejudica 84% das empresas de construção

Conforme levantamento da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), 84% das 206 empresas consultadas estão com desabastecimento de aço. O estudo foi realizado com construtoras de todo o país para verificar a real situação do problema da escassez de insumos.

Na pesquisa, a CBIC também perguntou às empresas quais materiais estão com o prazo de entrega maior que o habitual. Para 82,9% delas, a resposta foi o aço. Questionadas sobre o prazo médio de entrega das usinas em suas regiões, 39,3% das empresas responderam “entre 30 e 60 dias” e 25,7% responderam “entre 60 e 90 dias”.

Ontem (23), durante reunião no Ministério da Economia com representantes da cadeia produtiva do aço e entidades representativas dos principais compradores do país, a CBIC propôs ao governo a redução do imposto sobre a importação do aço para tentar resolver o problema do desabastecimento.

“Precisamos de um choque de oferta para restabelecer o equilíbrio entre a oferta e a demanda. Nossa proposta é a redução imediata do imposto de importação”, disse José Carlos Martins, presidente da entidade.

Preços

A CBIC apresentou ao secretário de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa, os resultados de sua pesquisa com empresários mostrando a percepção deles em relação ao desabastecimento.

Para Martins, enquanto a oferta e a demanda não forem normalizadas não será possível estabilizar preços. “Quando a construtora tenta comprar da siderúrgica e não consegue, vai na distribuidora e se depara com um valor muito alto”, disse.

O desabastecimento e a insegurança com relação aos custos de vários materiais podem prejudicar a atividade da construção, que no início do ano projetava crescer 4% em 2021 e gerar 200 mil novas vagas de empregos.

Preocupação no Amazonas

No Amazonas, o aumento dos preços dos insumos da construção preocupa o mercado. O encerramento de 2020 teve um crescimento de 18% de vendas, equivalente a R$ 957 milhões. Os dados foram divulgados pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Amazonas (Ademi-AM).

O crescimento de 18%, no entanto, não atingiu a projeção feita pela associação de um faturamento de R$ 1 bilhão, em média 23% se comparado ao ano de 2019, quando cresceu 35%.

O presidente da Ademi-AM, Albano Maximo, reforça que no último trimestre de 2020 algumas situações surpreenderam o mercado, gerando uma diminuição da expectativa. O aumento de preços de materiais da construção civil fora do esperado foi um desses fatores.

“Esse aumento de preço, na verdade, adiou muitos lançamentos que passaram para o trimestre seguinte aguardando uma estabilização do mercado para poder ter um preço de venda mais consolidado”, reforçou Albano Maximo.

Da redação do Portal O Poder

Foto: Reprodução

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