novembro 21, 2024 23:04

Venezuela: Oposição divulga supostos resultados que indicam derrota de Maduro em todos os estados

O Comando ConVzla, organização de campanha da líder opositora da Venezuela, María Corina Machado, divulgou na terça-feira os supostos resultados das eleições presidenciais do país. O perfil indicou que os dados foram retirados das atas que a coalizão tem em seu poder e afirmou que o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, venceu o pleito com 7.119.768 votos (67%), enquanto o atual presidente, Nicolás Maduro, obteve 3.225.819 (30%).O Comando ConVzla, organização de campanha da líder opositora da Venezuela, María Corina Machado, divulgou na terça-feira os supostos resultados das eleições presidenciais do país. O perfil indicou que os dados foram retirados das atas que a coalizão tem em seu poder e afirmou que o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, venceu o pleito com 7.119.768 votos (67%), enquanto o atual presidente, Nicolás Maduro, obteve 3.225.819 (30%).

Ao todo, segundo o Comando ConVzla, a eleição teria contado com a participação de 10.613.881 eleitores — o que representa 60,19% do eleitorado. Foram digitalizados 24.384 boletins de voto (81,21% do total), e os dados continuam sendo atualizados. De acordo com a oposição, González venceu em todos os estados. Apenas em Sucre a disputa teria sido mais acirrada, mas a oposição alega a vitória do diplomata com 217.556 votos (50%). Maduro teria recebido 208.006 votos (48%).

Quais são os resultados por estado?

  • No Distrito Capital, González teria recebido 468.200 votos, o que representa 65%. Maduro, por sua vez, obteve 232.653 votos, ou 32%;
  • Em Miranda, conforme relatado pela oposição, González totalizou 647.889 votos (66%), contra 310.528 votos (31%) para Maduro;
  • Maduro derrotou González nos municípios de Acevedo, Simón Bolívar, Lander, Páez, Pedro Gual e Andrés Bello, no estado de Miranda;
  • Em Táchira, a diferença foi maior: González obteve 82% dos votos (399.267 votos), e Maduro, 16% (79.445 votos);
  • Em Carabobo, Edmundo González superou 71% dos votos, obtendo 465.194 votos, contra 172.820 votos (26%) de Maduro;
  • Em Aragua, Edmundo González teve 487.938 votos (68%), e Maduro, 212.296 votos (29%);
  • Em Lara, a tendência se repetiu: González, 443.732 votos (68%) contra 191.104 votos (30%) para Maduro;
  • Em Zulia, a exemplo do que aconteceu nos outros estados, Edmundo González venceu com uma diferença de 41% sobre Maduro: 699.920 votos (70%) contra 292.397 votos (29%);
  • Em Zulia, Maduro venceu no município de Guajira.

Trabalho intenso de digitalização

Na segunda, um dia após a votação, María Corina disse que tinha 73,20% dos boletins de voto e que, com base nesse resultado, Edmundo González era o vencedor das eleições. No mesmo dia, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, alinhado ao chavismo, anunciou a vitória de Maduro com 80% das atas apuradas. A declaração do órgão eleitoral foi amplamente questionada pela comunidade internacional, que pediu transparência na apuração dos votos.

— Quero dizer a vocês que todas as atas, à medida que as recebemos, são totalizadas, escaneadas e digitalizadas — disse María Corina.

O Comando ConVzla também compartilhou um link onde é possível consultar as atas de cada mesa de votação correspondente às eleições presidenciais de domingo na Venezuela. A divulgação do material pela oposição – e a resistência do governo de Maduro em fazer o mesmo – motivou a denúncia da Organização dos Estados Americanos (OEA) nesta terça-feira. Em comunicado, o órgão afirmou que o pleito venezuelano sofreu “a mais flagrante manipulação”.

“Ao longo de todo este processo eleitoral, viu-se a aplicação por parte do regime venezuelano de seu esquema repressivo, complementado por ações destinadas a distorcer completamente o resultado eleitoral, fazendo com que esse resultado ficasse à disposição da manipulação mais aberrante”, diz a nota da OEA. “O regime de Maduro zombou de importantes atores da comunidade internacional durante esses anos e, novamente, entrou em um processo eleitoral sem garantias”.

 

Da Redação com informações de O Globo

Foto: Alejandro Cegarra/The New York Times 

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