O senador Omar Aziz (PSD) negou na manhã desta terça-feira, 20, o possível esquema de “negociata” por parte do Governo Federal para minimizar as investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, também conhecida como CPI da Covid-19.
Ao ser questionado se o adiamento da comissão, conforme divulgado no Estadão, estaria relacionado a uma estratégia do presidente Jair Bolsonaro para ganhar tempo e negociar ministérios e emendas parlamentares e que se corria o risco dele ficar de fora da CPI, Omar Aziz foi enfático.
“Eu não vou procurar achar que tem alguma coisa até porque o que se pode fazer em três ou quatro dias? Absolutamente nada nessas questões superadas. Eu sou o fundador do PSD, ninguém tem coragem de me tirar e imagina se alguém vai chegar e me tirar de uma CPI. Não existe a menor possibilidade disso. Não estamos falando de uma CPI para apurar desvio de recursos, mas estamos falando de mais de 380 mil vidas no Brasil. O Amazonas foi um dos que mais sofreu com isso. Quem é que vai se permitir a negociar alguma coisa num momento desse? Qualquer pessoa que negociar alguma coisa com o governo não anda no Brasil e em lugar nenhum”, alfinetou.
O senador Omar Aziz confirmou na manhã desta terça-feira, que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), adiou a instalação da CPI alegando falta de segurança e que estaria preparando uma sala para votação. A instalação da CPI foi adiada para a próxima terça-feira, 27, às 10h.
Em relação aos possíveis convocados para prestar esclarecimentos, como os ex-ministros da Saúde, Henrique Mandetta, general Pazuello, entre outros, o senador amazonense explicou que somente depois da oficialidade da CPI é que o futuro relator vai definir o cronograma e quem serão as pessoas convocadas para prestar esclarecimentos.
“Nós não aprovamos nem o cronograma ainda. O relator vai nos apresentar o programa de trabalho, audiências, quem vai ser convidado, quem vai ser testemunha, tudo isso tem um ritual. Mas nada é feito sem a aprovação dos 11 membros titulares, os senadores. Se eu quiser convocar, eu não posso tem que ser aprovado o nome na comissão para ser convocado. Essa questão do Mandetta ainda não tem nada aprovado”, ressaltou.
Augusto Costa, para O Poder
Foto: Acervo do Poder