Os correligionários republicanos do presidente Donald Trump no Senado dos EUA derrubaram nesta sexta-feira um veto seu pela primeira vez em seus quase quatro anos de mandato, aprovando um projeto de lei sobre gastos com defesa contra suas fortes objeções 20 dias antes de ele deixar o cargo.
Reunindo-se em uma rara sessão de Dia de Ano Novo, o Senado dos Estados Unidos registrou o placar de 81 votos a 13 e garantiu mais do que os dois terços necessários para anular o veto com apoio dos dois partidos dois dias antes de um novo Congresso ser empossado no domingo. Oito vetos anteriores foram mantidos.
Os parlamentares republicanos apoiaram o presidente na maioria das vezes ao longo de seus quatro turbulentos anos na Casa Branca.
Desde que perdeu a reeleição em novembro, no entanto, Trump tem criticado-os por não apoiarem totalmente suas alegações infundadas de fraude eleitoral, rejeitando sua demanda por um pagamento de auxílio maior para a Covid-19 e por seguir com a derrubada do veto.
O Senado liderado pelos republicanos, seguiu a Câmara dos Deputados controlada pelos democratas, que na segunda-feira aprovou a medida.
O presidente dos Estados Unidos tem o poder de vetar um projeto de lei aprovado pelo Congresso, mas os parlmentares podem mantê-lo se dois terços da Câmara e do Senado votarem para anular o veto.
O Ato de Autorização de Defesa Nacional (NDAA, na sigla em inglês) de 740 bilhões de dólares determina tudo, desde quantos navios são comprados até o pagamento dos soldados e como lidar com ameaças geopolíticas, mas Trump se recusou a sancioná-la porque a medida não revogou certas proteções legais para plataformas de mídia social e incluiu uma cláusula retirando os nomes dos generais confederados das bases militares.
“Nós temos aprovado essa lei há 59 anos. E agora, de um jeito ou de outro, vamos concluir a aprovação da 60ª NDAA antes do encerramento (desta legislatura) do Congresso no domingo.”
Tensão Republicana
Outro motivo para tensão dentro do Partido Republicano se deve aos planos de alguns conservadores de se opor na quarta-feira quando o novo Congresso oficialmente contabilizar os votos do Colégio Eleitoral que certificarão a vitória presidencial do democrata Joe Biden antes de sua posse em 20 de janeiro.
McConnell, que publicamente reconheceu a vitória de Biden, na quinta-feira levantou questões em uma reunião com sua bancada sobre o plano do senador republicano Josh Hawley de apresentar uma objeção, de acordo com reportagens. Pelo menos 140 republicanos da Câmara devem se opor da mesma forma, apesar do papel do Congresso ser basicamente cerimonial, disse a CNN.
Representantes de McConnell não responderam a um pedido da Reuters para comentar as manobras planejadas, que podem prolongar o debate no Senado, mas que não têm chance de mudar o resultado da eleição.
Conteúdo: Reuters
Foto: White House